E daí, gente do bem. Como estão? Na paz? Que bom. A vida anda muito veloz, não é verdade? Já estamos na primavera. A cada dia o tempo passa mais rapidamente e tenho a impressão de que nós também estamos mais apressados. Então, gostaria de perguntar a você: qual o seu ritmo? Em que velocidade você anda levando a sua vida?

Você se irrita quando seu computador demora para ligar? Ou a página da internet abrir? Não consegue esperar o processo de aparecerem todos os ícones na tela e a máquina estar pronta para o funcionamento? Envia uma mensagem pelo whatsapp e quer a resposta imediatamente? Detesta filas, e está sempre com pressa como o coelho da obra Alice no país das maravilhas, gritando: -É tarde, é tarde! É a doença da pressa. Um estudo afirma que a quantidade de tempo que as pessoas estão dispostas a esperar pelos elevadores é de 15 segundos. Se este tempo se prolonga elas ficam impacientes e começam a apertar o botão diversas vezes, como se isto fosse aumentar a velocidade do mesmo. As pessoas querem tudo para ontem, vivem no imediatismo. Mas, afinal, para onde você está indo com tanta pressa?

Paciência. Eis a virtude do momento. O remédio para os nossos males. Mas como obtê-la, exercitá-la? Bom, como tudo que desejamos conseguir, a paciência exige esforço. Conforme o tempo vai passando, quando as experiências vividas vêm cochichar em nossos ouvidos, os nossos passos vão se tornando mais lentos. Percebemos que algumas coisas são processos: de aprender, de aceitar, de compreender, de crescer. E não existe mágica porque a natureza nos ensina, sabiamente que não há saltos. A árvore já está na semente desde sempre. Entretanto, a semente está em estado de latência até que encontre as condições para germinar.

Pessoas sábias são serenas, entendem que existem procedimentos. São coerentes quando compreendem a diversidade da vida, das pessoas. Percebendo que cada um tem um ritmo próprio e seria violência emocional empurrá-la, querendo que ela se movimente mais rápido.

A paciência pode ser vista quando alguém respeita a própria humanidade, sem cobrar-se a perfeição. Aceitando que ela mesma não nasceu pronta, que a cada dia está se construindo. Respeitando os próprios limites: físicos, intelectuais, espirituais. Procurando adequar-se ao meio em que está inserido, dançando ao ritmo da música que está tocando.

Com pressa, perdemos a oportunidade de reparar nas lições que a vida traz, e na hora da prova final, há risco de sermos reprovados. Porque são nestes aprendizados que perdemos a nossa infantilidade emocional e vamos amadurecendo. A paciência nos dá autocontrole, autonomia, melhores escolhas, relacionamentos harmoniosos.

Ela traz prazer quando entendemos que só há um tempo real: o agora. E então, podemos nos dar ao luxo de saborear os momentos que estão no aqui e no agora, sem perder a oportunidade de usufruir de tudo que há nele. Gosto quando Rubem Alves afirma que ama aqueles que plantam árvores mesmo sabendo que jamais se sentarão à sua sombra.

Convido você a diminuir a sua velocidade, desacelerar. Para, aos poucos possamos nos tornar mais sábios. Boa semana!