Tudo bem com vocês, gente do bem? Espero que todos estejam em paz. O assunto de hoje é pra lá de conhecido de todos nós: o ressentimento. Quantas vezes na sua vida você já se pegou mal-humorado o dia inteiro por causa de um pequeno incidente como acordar atrasado, por causa de uma fechada no trânsito ou uma resposta atravessada? Existem pessoas que você jamais perdoará? Existem situações em que pessoas machucaram você de modo tão cruel que você lembra todos os detalhes? E em nossos pensamentos cada vez que relembramos estas situações temos o desejo de mudar o final, de dar uma resposta à altura, desejamos ter sido mais “espertos” para não termos perdido o aquele dinheiro, não ter sido traído, injustiçado, magoado, humilhado, aquela lista interminável de dores que nos perseguem. Nossa lista negra.
Imagine alguém que causa em você uma sensação de mal-estar, de raiva ou tristeza. Imagine que todos os dias, esta pessoa visite você. Ela chega em sua casa, se instala confortavelmente e começa a magoá-lo novamente, ofendê-lo de novo, traí-lo, e estas visitas repetem-se constantemente. O que você faria? Tenho certeza que você diria que não iria mais permitir que esta pessoa sequer se aproximasse da sua casa, quanto mais você permitiria que ela entrasse. Mas é exatamente isto que você faz cada vez que dá vazão às lembranças de momentos que causaram dor e sofrimento. Abre a sua casa mental.
Ressentir, significa “sentir novamente”. Isto mesmo. Cada vez que lembramos de acontecimentos tristes, momentos em que tivemos muita raiva, frustração, dor ou perda, nós vivemos de novo aquela situação. Em nossos pensamentos as imagens vêm à tona com cores, com sons e toda a carga emocional aumentando nosso nível de estresse. O nosso organismo responde à estas emoções quimicamente, como se estivesse acontecendo naquele instante. Estudos demonstram que os sintomas de estresse causados pelo ressentimento, a longo prazo podem acarretar o aparecimento de doenças cardiovasculares, diabetes e até mesmo o câncer.
Quando você pensa em perdoar, o que vem à sua cabeça? Que você perdeu? Que vai abandonar o posto de vítima e por isto as pessoas vão deixar de se importar? Ninguém duvida de que quando estamos feridos e magoados parece impossível perdoar. Afinal, o vilão foi tão cruel.
Embora possa parecer difícil ou até impossível “deixar prá lá”, e parece coisa de gente boazinha, esta atitude não tem nada a ver com generosidade, com estar em outro padrão espiritual. Nada disso. Perdoar é uma questão de inteligência, de lógica e de uma alta maturidade emocional. Afinal, sabendo que estamos prejudicando a nossa saúde física e que podemos sofrer consequências severas, o é mais sensato? Eu sei que você está pensando que não é bem assim. Que na teoria é fácil, mas na prática é impossível.
Perdão é um processo. Pode ser lento ou rápido. O mais importante é que se inicie. Um bom começo é a consciência de todo mal que o ressentimento pode causar. A verdade é que não há como ser pleno quando temos o coração ferido. Vamos começar este processo? Boa semana!