Faltou novidade
 

A passagem do presidente Bolsonaro (sem partido) por Santa Catarina no sábado, 4, não trouxe novidades além do que já havia sido anunciado pelo secretário Nacional da Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O presidente sobrevoou praticamente a mesma área que já tinha sido inspecionada por Aves um dia antes e nem mesmo a liberação de recursos, tão aguardada, trouxe algo de novo. Bolsonaro não falou com a imprensa, apenas concedeu uma entrevista exclusiva à afiliada da Record em SC.

Sobre os recursos, prevaleceu o que já havia sido anunciado por Alves, será preciso primeiro fazer “um rápido levantamento de danos” para só então liberar a verba. O governador Moisés (PSL), que se reuniu com Bolsonaro através de videochamada, disse que o presidente garantiu que terá verbas.

A passagem de Bolsonaro pelo estado foi mais rápida que o próprio ciclone, chegou as 8h20 no Hercílio Luz e as 10h30 embarcou de volta à Brasília. Apesar de reunir boa parte da bancada catarinense do Congresso no saguão do aeroporto, o presidente atendeu a poucos pedidos. A vice-governadora, Daniela Reinert (PSL) conseguiu postar uma foto com o “mito” nas suas redes sociais, mas igualmente não trouxe nenhuma novidade sobre o encontro ao falar com jornalistas após o sobrevoo.

Amin, Dário e Jorginho, os três senadores do Estado, até sentaram para esperar Bolsonaro falar como estava previsto no cerimonial, mas ao verem ele embarcando pela janela do saguão ensaiaram uma saída à francesa e deixaram os lugares.

Cloroquina

Em isolamento após ser diagnosticado com coronavírus, o governador Moisés confidenciou ao presidente Bolsonaro que tomou cloroquina. A afirmação ocorreu durante a videoconferência no sábado pela manhã. Na hora, os presentes riram.

Novo ciclone

O estado mal se recuperou do ciclone bomba que passou por aqui na terça e quarta da semana passada e um novo fenômeno já é alertado para hoje (terça-feira). Segundo meteorologistas, o novo ciclone será em menor intensidade, com ventos de até 80 km/h. Na semana passada, a média chegou a 100km/h, sendo que em Siderópolis, no sul do estado, foram registradas rajadas de até 167 km/h, o recorde já marcado pela estação meteorológica.

Mais corona

O novo vírus, de fato, se espalha de forma impressionante. Esta semana o estado bateu a marca dos 32 mil infectados. O número dobrou. Já as mortes mais que dobrou, cresceu 118%, contabilizando  393 vítimas.

Barreira sanitária

Mais de 10 mil pessoas foram orientadas nas barreiras sanitárias instaladas em pontos de Balneário Camboriú no fim de semana. A cidade chegou a ficar sem leitos de UTI na semana passada.

Presente de Moisés

Na semana que passou, os ventos do ciclone bomba fizeram R$ 30 milhões da Alesc voarem direito para o governo do estado. A intenção do Legislativo: contornar os efeitos da destruição em Santa Catarina. A medida foi muito bem vista, mas, por ironia do destino, a conta é quase a mesma dos 200 respiradores que nunca chegaram (R$ 33 milhões). Ao mesmo tempo em que faz o governador sangrar com uma CPI e seca o alto escalão do Estado, a Alesc confia a Moisés uma grana alta. A questão que fica é a seguinte: o coronavírus fez R$ 33 milhões do caixa estadual irem para o espaço. Será que o ciclone bomba fará os R$ 30 milhões chegarem a quem realmente precisa?