Mais uma vez escrevendo
Lembrando coisas passadas
Eu convivi com algumas
Estranhas, mas engraçadas
Mesmo sendo verdadeira
Mais parece brincadeira
Parece também piada

Bem diferente d’agora
Os fatos acontecidos
Cozinha sem assoalho
Feito só de chão batido
Casa feita de esteio
E quase sempre no meio
Tinha um corredor comprido

Tudo mesmo era grosseiro
Mas era bom, com certeza
Oxigênio das árvores
Se vivia a natureza
Nossa cozinha de chão
E lá o porco ou leitão
Comia embaixo da mesa

Lá morava uma família
Mas um pouco retirado
O casal tinha uma filha
Filha tinha um namorado
E para melhor ficar
Sempre vinha visitar
Conforme tinha marcado

Certo dia o moço veio
Encontrou-se com o casal
Os dois estavam na sala
Juntos estudando o MOBRAL
Num jeito bem educado
Deixam os estudos de lado
Para uma prosa legal

Enquanto isto a empregada
Trabalhava na cozinha
A moça no corredor
Da prosa, uma escutadinha
O que os três conversavam
Ela escondida escutava
Curiosa – a safadinha!

O porco lá na cozinha
Quebrando milho nos dentes
A empregada achando
Aquilo inconveniente
Num jeito mal educado
Jogando lá no coitado
Uma colher de água quente

Porco pelo corredor
Corre numa disparada
Passa por baixo da moça
Saiu no porco agarrada
Desesperada e aflita
Foi receber a visita
No dito porco montada

O momento foi pra todos
De decepção total
Nada mais teve sentido
E a moça passou mal
Mas para o porco atrevido
Só mais um acontecido
Nada fora do normal

Para pessoas envolvidas
Foi grande aborrecimento
Mas com o passar do tempo
Caiu no esquecimento
Quando baixou a poeira
Com jeito e boas maneiras
Acertaram o casamento

Fizeram no casamento
Uma festa verdadeira
O noivo feliz da vida
A noiva mais que faceira
O porco que fez a arte
Do casamento fez parte
Assado na churrasqueira

Hoje eles vivem bem
O casamento deu certo
Construíram uma família
Onde o dialogo é aberto
Com harmonia e paz
Uma vez que nunca mais
Tenha algum porco por perto