Em termos de agressividade, ninguém tem culpa de ser como é, se foi a natureza que o fez assim. O homem, por sua estrutura física e pela sua história, traz consigo uma agressividade bastante acentuada. No início da civilização, ele foi obrigado a lutar e a matar para sobreviver. E depois vieram as guerras, que muito lhe exigiram. Mas o mundo evoluiu. Não tanto como gostaríamos, é claro.

A convivência em sociedade obrigou-nos a controlar a violência que nos é inata. Não fosse assim, o convívio social se tornaria inviável, pois passaríamos o tempo todo agredindo-nos e matando-nos uns aos outros. Através da educação familiar, comunitária, intelectual e religiosa, a humanidade vem procurado amenizar esta índole violenta que todo o ser humano traz dentro de si. Uns mais, outros menos, mas todos a temos. A mente humana, porém, é muito complexa. Cada ser reage de uma forma aos ensinamentos que lhe são repassados. É impossível obter-se um resultado homogêneo. Sempre haverá desvios para mais ou para menos.

Numa comparação com o reino animal, o que aliás, sempre fazemos, os homens de boa conduta e de boa vontade podem ser comparados com os cordeiros, pois não são violentos, ou se foram antes, na sua origem, procuram controlar-se. Estes são os que assimilaram a educação que lhes foi repassada, e que mencionei acima. Já os que têm uma índole violenta, e que a manifestam através de atitudes agressivas ou criminosas, são os lobos do reino animal. E é exatamente assim que vivemos; num mundo composto de lobos e cordeiros.

Concluímos então que vivemos num mundo muito perigoso. Ninguém traz escrito na testa que é “bom” ou que é “mau”. O que jamais podemos ser é ingênuos. Temos que estar sempre atentos, pois nunca sabemos o tipo de reação que um indivíduo poderá ter numa situação de conflito. A mulher, de um modo especial, deve dar a máxima atenção ao que estou falando. Ela, pela sua natureza, é mais frágil que o homem. Ainda que fisicamente ela possa ser mais forte, não traz consigo a mesma violência inata do homem. Um homem que sempre demonstrou ser gentil e pacífico, ao se ver acuado, poderá deflagrar uma violência que estava reprimida dentro de si. Alguém poderá dizer depois: “Nunca pensei…” Pois é, mas aí já é tarde.

Sobreviver exige atenção permanente. Portanto, evite: – Andar à noite por ruas desertas, pior se for mulher; chegar ou sair de casa distraído, a pé ou de automóvel; deixar portões e janelas abertas; permitir que pessoas estranhas entrem no seu lar; desentendimentos no trânsito; discutir relação afetiva aos gritos e ofensas; usar joias pelas ruas, enfim. Tudo isso é muito perigoso. O cuidado maior não é saber quem é lobo, ou é cordeiro, mas sim saber quem é lobo, mas se veste de cordeiro.