O vinho é a mais antiga bebida de álcool que existe. Já era saboreado pelos hebreus, gregos e romanos há séculos antes de Cristo. No antigo testamento, a “Bíblia Hebraica”, vê-se inúmeras passagens onde o vinho é figura marcante. Não é à toa que a civilização grega produziu os mais célebres filósofos, poetas, escritores e cientistas da antiguidade. Os romanos, por sua vez, o mais poderoso Império que a humanidade já teve. Jesus Cristo o apreciava. Vide a “Santa Ceia”.

A bebida nobre mexe muito com a sensibilidade e a criatividade dos homens, e nos encoraja à luta, em todos os sentidos. Nos faz esquecer ou amenizar as tristezas da vida. Dizermos a verdade. “In vino veritas”, ditado romano. O vinho foi utilizado pelos antigos também como remédio contra dores em geral, insônia, má-digestão, depressão e, até mesmo, como curativo de ferimentos havidos nas batalhas, onde outros recursos não haviam.

Algumas religiões como, por exemplo, a islâmica, proíbem o consumo do vinho, sob o pretexto de que ele desperta e intensifica a libido das pessoas, o que não deixa de ser verdade. Ocorre que essas religiões só admitem a prática do sexo como forma de reprodução, e não de prazer. Mas não é só por isso, é que o vinho também eleva no homem a capacidade de pensar e questionar com mais profundidade dogmas, conceitos, tradições e outras ideias pré-existentes. Por isso o proíbem. Felizmente a minha religião é outra.

Há quem reprove o seu consumo por conter álcool. Assim, alegam, ele faria mal à saúde. Ora, se o vinho for consumido com moderação, só poderá fazer bem. Tem outras coisas que matam e não são proibidas, como é o caso dos carros e motos. Estes, se não forem conduzidos com moderação, matam muito mais, como vemos todos os dias. A rigor, tudo o que é consumido ou usado em excesso faz mal, e pode matar. Até mesmo a água, não é mesmo? Quem cair num rio ou no mar e beber uma grande quantidade d’água fatalmente morrerá afogado.

Por isso é que o vinho é tão especial. Durante muito tempo, ao longo da história, foi a única fonte de conforto e coragem, o único remédio e antisséptico, o único meio de que o homem dispunha para recuperar o ânimo e superar a tristeza. “Merecido nas vitórias, necessário nas derrotas” (Napoleão Bonaparte).

Durante milênios foi o principal luxo do homem. Outros produtos também remontam à Idade da Pedra. Por exemplo: o pão e o tecido, porém, só o vinho tem significado sacramental, poderes terapêuticos e vida própria. Ele é feito da uva. Por isso a videira sempre teve muito valor, e por todos cobiçada. Aliás, tem um verso espanhol que diz assim: Quem tiver um castelo na fronteira/for casado com uma mulher bonita/ou tiver uma videira à beira da estrada/deve estar sempre preparado para a guerra. Qual desses bens tu possuis? Te liga!