Em tempos difíceis como o que estamos atravessando, cuidar de quem está na linha de frente é essencial. Por isso, a Unesc e o HSJ (Hospital São José), estão unidos em uma ação de apoio emocional aos pacientes e seus familiares e profissionais, que realizam o atendimento na maior instituição hospitalar do Sul do Estado.

Psicólogas do Programa de Residência Multiprofissional da Universidade desenvolvem ações de promoção e prevenção à saúde focadas especialmente no momento de pandemia de Covid-19. A ação é realizada desde maio e já gerou bons resultados para todos os envolvidos.

A psicóloga e professora da Unesc, Graziela Amboni, orienta as atividades desenvolvidas pelas residentes no hospital e conta que a ideia de atender profissional e pacientes surgiu da constatação da importância de um suporte emocional aos pacientes, familiares, e profissionais da linha de frente que estão e passam pelo local.

“Está é uma ação de apoio da Unesc ao Hospital São José no difícil momento que estamos vivendo frente a pandemia. O que o HSJ nos traz é que o papel das residentes tem sido de grande importância neste momento, sendo que o emocional de todos está muito fragilizado. Para as residentes, tem sido um aprendizado único. Só temos a agradecer ao hospital pela oportunidade e à Reitoria da Unesc pelo apoio”, afirma Graziela.

A diretora geral do Hospital São José, irmã Isolene Lofi, afirma que a ação trouxe benefícios aos colaboradores em um período tão delicado.

“Neste momento que vivemos, tão diferente e tão desafiador, a presença das residentes de Psicologia na instituição está sendo de grande valia e ajuda para os colaboradores. Seja de trabalhos grupais ou individuais, fortalecem e dão maior tranquilidade e manejo da ansiedade e os medos pelos quais os profissionais passam. É um conforto que auxilia aos profissionais da Instituição, a sair por algum momento do movimento tenso, que a doença lhes exige no cuidado. É um tempo olhar para si mesmo, para dar alívio emocional”, conta.

Compartilhamento e aprendizado

As psicólogas e residentes em Atenção Básica e Saúde da Família, Marcela de Jesus Motta e em Saúde Coletiva, Luiza Borges Rodrigues, são as responsáveis pelo desenvolvimento da ação no HSJ e afirmam que a experiência está sendo agregadora.

A partir das experiências e observações realizadas, as residentes perceberam a necessidade da atuação da Psicologia de várias formas, e foram oferecendo o trabalho a partir das demandas que emergiam.

Assim, Marcela e Luiza realizam atendimentos em grupos, atendimentos individuais aos colaboradores do hospital, a acompanhantes familiares e cuidadores, aos pacientes suspeitos e diagnosticados com a Covid-19, além de desenvolverem atividades de educação em saúde, como ações musicais, momentos terapêuticos, que estimulam a promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos e reforço do encorajamento da população atendida.

O trabalho, sempre com número de colaboradores limitados e em local, visa, além de aliviar sintomas de sobrecarga de trabalho, estresse, exaustão física-emocional e ansiedade, promover a saúde.

“Podemos observar quanto o trabalho grupal serve de fortalecimento do eu, se reconhecendo no outro. Estamos em um movimento de trazer o colaborador para o presente, estimulando o observar-se e permitir-se sentir o que a pandemia tem manifestado em si e no coletivo. Trabalhamos estratégias de autocuidado, que refletem no coletivo e nas relações de trabalho, promovendo saúde e prevenindo então, o adoecimento”, explica Marcela.

Segundo ela, atuar na saúde pública e em momento de pandemia, está sendo uma experiência desafiadora, transformadora e de muito aprendizado, exigindo reconstruir maneiras de atuação, com a mesma efetividade.

Para Luiza, participar desta ação está sendo uma oportunidade única de ampliar o conhecimento.

“Como aprendizado pessoal e profissional, penso que os dois coexistem, unindo aquilo que somos àquilo que fazemos, e diante dos inúmeros desafios pela pandemia e atuação dentro do hospital, sou grata pela possibilidade de estar presente e criar espaços para a própria produção de sentidos e construção. Me sinto transformada, em evolução construtiva enquanto ser e profissional”, comenta.