O ano novo está aí, e precisamos começar a olhar para o ano letivo que vem pela frente. Diferentemente de 2020, agora temos tempo para preparar nossas aulas, planejamentos e atividades em modalidades que mais e adequem à realidade de cada escola. Infelizmente, mesmo com muita boa vontade e determinação, ainda temos muitas incertezas. E aí vem a beleza de trabalhar com educação. Afinal, o que é educar senão preparar para incertezas?
Aprendemos muito sobre fazer a educação acontecer, da maneira que se fizer possível. Seja pela internet, por videoaulas, por materiais impressos, pela TV, pela rádio, pelo Facebook, pelo WhatsApp… Mas o que ainda não aprendemos é como retomar as atividades presenciais garantindo efetivamente a segurança das crianças e dos adultos envolvidos com a comunidade escolar. Pais, professores, funcionários, responsáveis.
Já sabemos dos impactos do isolamento para as crianças. E realmente será desafiador recuperar não apenas conteúdos, mas lacunas de socialização e desenvolvimento de cada aluno, individualmente. Não é, nem nunca foi objetivo de nenhuma medida sanitária causar mais prejuízos do que segurança.
Porém nos equivocamos. Erramos quando as medidas sanitárias mantiveram as escolas fechadas enquanto bares, restaurantes, shoppings abriram. Infelizmente a educação não foi vista como serviço essencial. E aí começaram as falsas simetrias. E são elas que nos colocarão em risco a partir de agora.
É falacioso utilizar comparações esdrúxulas para justificar o injustificável. Não é porque tudo abriu que a escola também deve abrir. É justamente porque tudo abriu enquanto as curvas de contágio só aumentam que a escola não deve abrir. Já estamos colhendo os efeitos das mutações do vírus, que agora contagiam e impactam mais crianças.
Nunca foi tão perigoso para elas que a escola abra. Mas estamos todos cansados, adultos e crianças. E agora? O que devemos fazer? Cá entre nós, eu não sei. Sei que estou morrendo de saudades dos meus alunos, louca para abraçar, estar ao lado de cada um. Mas também sei que não posso deixar de lado a ciência. É essencial que sejamos responsáveis e tenhamos em mente escolhas conscientes, motivadas por fatos e evidências, não por comparações.