O congelamento é essencial para garantir a qualidade dos alimentos e preservar as condições do pescado. No entanto, em nenhum momento, o peso da concentração de água em forma de gelo pode fazer diferença na hora de pagar a conta, alerta o Instituto de Metrologia de Santa Catarina (Imetro-SC). Se o consumidor desconfiar do peso líquido do produto, pode denunciar ao órgão pelo telefone 0800 6435200 ou pelo e-mail ouvidoria@imetro.sc.gov.br.
A legislação prevê que o gelo e a embalagem não podem influenciar no peso líquido do produto, sobre o qual incide o preço. Para evitar erros ou mesmo fraudes na comercialização de peixes ou camarão congelado, foi proibida a venda a granel. O estabelecimento autorizado a comercializar o produto deve acondicionar o pescado congelado em bandejas (embalagens) e informar o peso líquido, descontando a camada de gelo formada no processo de conservação.
“Não existe um limite máximo de glaciamento, desde que seja informado o peso líquido correto do produto”, esclarece Rudinei Floriano, presidente do Imetro-SC.
A fiscalização do pescado embalado no comércio varejista é de competência do Inmetro e seus órgãos delegados, como o Imetro-SC. Na ação, é verificado se as embalagens trazem informações como nome do produto, peso líquido, razão social e endereço do produtor, identificação de lote, data de fabricação e prazo de validade.
Assim o Imetro-SC garante a justa concorrência entre as empresas produtoras e a defesa do consumidor. “Santa Catarina é atualmente considerado o maior polo pesqueiro de origem marinha do Brasil, demonstrando o tamanho da responsabilidade e o desafio para o trabalho de fiscalização do órgão”, avalia Jeferson Domingues, técnico em Atividades de Fiscalização do Imetro-SC.
O Imetro-SC sempre se destacou, obtendo reconhecimento nacional no controle de pescado glaciado. A autarquia atua em toda cadeia produtiva, realizando fiscalizações desde a produção até o ponto de venda, onde o pescado é exposto ao consumidor final.
“Este trabalho é realizado muitas vezes em parceria com órgãos como Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Ministério Público de Santa Catarina, atuando, tanto em operações especiais, quanto em trabalhos rotineiros”, esclarece Domingues.
Atualmente os fiscais do órgão, por meio de capacitações realizadas na sede do Inmetro no Rio de Janeiro, aplicam metodologia atualizada nos ensaios de avaliação. “Qualquer quantidade exagerada de gelo que venha a influenciar no peso líquido final do produto poderá ser detectada nos exames, o que resulta em um mercado mais justo”, conclui o técnico.
Simone Cunha Peres é natural de Passo de Torres, mas reside em Sombrio com seu esposo Jose Paulo Ribeiro, que é natural de Jaguaruna. Ambos vieram de origem pesqueira e sempre estiveram contato com esse ramo de peixaria.
Questionada, comentou que não é tão difícil de identificar um bom peixe, porque já conhece. “Mas para ter certeza, só após o degelo”. “Geralmente o processo de descongelamento está na embalagem do produto. Preferimos sempre que o cliente compre o peixe congelado aqui e descongele na sua geladeira. Caso vá comer na hora, é só colocar na água e já preparar”, ensina.
Ela nos alertou que não se deve comer o peixe se estiver cheirando mal ou se houver alguma parte que esteja visível que não está boa para consumo: “Assim como traz benefícios, o consumo de um peixe estragado pode trazer diversos problemas para a nossa saúde”.
“O peixe é considerado um dos alimentos mais benéficos e leve para a nossa saúde, tanto que é indicado para tratamento de algumas doenças. Trabalhamos para isso, trazer além do peixe, a melhor qualidade de vida e saúde para nossos clientes”, contou Simone.
“Temos embarcações. Então o barco chega, descarrega, e lá o peixe é lavado na esteira com água e gelo. É feita a pesagem e depois disso levamos para o nosso entreposto. Chegando lá, fazemos toda a limpeza mais detalhada, que são os cortes, a retirada das vísceras, e depois de todo esse processo congelamos os peixes na câmara fria a -20ºC. Depois embalamos para pesar”, conclui.
Ela revela que em Sombrio o peixe que mais é procurado hoje pelos é a papa-terra e depois, o filé de cação. E acrescenta: “Sendo de água salgada ou doce, o processo é o mesmo”, finaliza.