Recentemente ouvi a expressão que dá origem ao título da coluna de hoje. Por mais que ela pareça real e faça parte do repertório de quem está próximo, ela não é verdade.
Não é verdade primeiramente pela ideia que a expressão carrega, de algo fácil e simples. E não foi. Foi um ano de incertezas e muitas batalhas. Grandes derrotas e grandes vitórias. Pequenas conquistas e muitas concessões. Quem tem criança em idade escolar em casa sabe bem do que falo.
Outra razão para a expressão ser inverdade é o fato de que os alunos que não viram tudo que deveriam. Eles terão acesso ao conteúdo escolar de uma forma ou de outra, seja em 2021 ou em 2022. Temos a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que norteia os currículos das escolas, independentemente do ano letivo.
Ou seja, tivemos um ano difícil, e teremos um ano bastante desafiador pela frente. A escola terá de proporcionar de forma remota, presencial ou híbrida, de acordo com as diretrizes de cada estado e município, a retomada e o nivelamento dos alunos.
Será uma tarefa complexa, tanto no sentido da percepção e do acolhimento, quanto no sentido de efetivamente ofertar os conteúdos defasados.
Um ensino cada vez mais individualizado e que abranja esse grande número de particularidades é possível, mas requer suporte aos professores, e em especial suporte aos alunos. E o apoio deve partir de todos, pois teremos alunos sobrecarregados, professores exaustos e famílias pouco orientadas.
Recuperar 2020, não passar direto, depende de todos nós. Se somente a educação muda o mundo, é hora de cada um ajudar nessa mudança.