Objetivo é pressionar o Executivo para que sinalize em prol de mudanças no projeto já na audiência desta segunda
Em meio à realização nesta segunda-feira (19) de uma audiência pública para discutir a proposta de reforma da Previdência na Assembleia Legislativa de SC (Alesc), representantes de servidores adiantam o discurso de protesto e ameaças de paralisação. A intensificação das promessas de retaliações em decorrência do projeto ocorre após conversas frustradas com o Executivo estadual, segundo dirigentes sindicais.
“Nós não estamos sendo atendidos da maneira como a gente merece. […] A diretoria decidiu que não senta mais em mesa de negociação”, afirmou o presidente da Associação dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de SC (AAPSS), Ferdinando Gregório. Segundo ele, a entidade aguardará uma contraproposta do governo do Estado com o atendimento das demandas já apresentadas.
A Associação ameaça deixar de receber novos presos nas unidades prisionais de Santa Catarina onde há lotação. A entidade convocou uma assembleia geral dos filiados para esta terça-feira (20), em frente à Alesc, em Florianópolis, para decidir se promoverá, ou não, o que chama de “Operação Legalidade”. O objetivo é pressionar o Executivo para que sinalize em prol de mudanças no projeto já na audiência desta segunda.
As principais demandas são a manutenção da idade mínima de 20 anos na atividade policial para aposentadoria, e não 25 como propõe o governo. Além disso, há a proposta de redução do pedágio para aqueles que estão próximos da aposentadoria de 100% do tempo faltante – sugestão do governo – para 20%.
O Sindicato dos Policiais Civis de SC (Sinpol/SC) decidiu dar um início à uma “Operação Padrão”, já nesta segunda-feira (19), às 8 horas. O objetivo é chamar a atenção para a reforma com medidas como restrições na condução de viaturas, limitação da permanência de presos nas Centrais de Flagrante, e paralisação de operações por falta de efetivo mínimo.
Em nota, o Sinpol/SC disse que “o projeto de reforma de Previdência proposto pelo Governo do Estado é excludente, injusto, desleal e tem por objetivo a retirada de direitos já historicamente conquistados”. A entidade também chamou uma assembleia na terça na Alesc para decidir sobre a duração do protesto.
A audiência pública desta segunda vai ouvir 32 entidades. Os sindicatos dos Trabalhadores em Educação de SC (Sinte/SC) e dos Trabalhadores do Serviço Público de SC (Sintespe/SC), entre outros, convocaram os servidores para atos em frente ao Parlamento a fim de pressionar os parlamentares.