A Deputada Federal Catarinense Carmen Zanotto chamou a atenção para a existência do racismo institucional na rede pública de saúde. “As mulheres negras morrem mais porque não recebem o mesmo tratamento que é dispensado às mulheres brancas. Essa racismo institucional nos serviços de saúde provoca indignação e tem de ser combatido”, disse.
Presidente da subcomissão especial de assistência e saúde da população negra da Câmara dos Deputados duas Legislaturas atrás, quando o assunto foi debatido, Carmen afirmou que o problema permanece e é sentido de forma “cruel”, principalmente, pelas gestantes negras.
A fala de Carmen Zanotto aconteceu na Comissão de Seguridade Social e Família, após a realização da sessão solene realizada pela Câmara dos Deputados para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, que foi celebrado dia 20 de novembro.
A deputada catarinense pediu os parlamentares do colegiado que ajudassem a combater o preconceito racial no país.
Dados da pesquisa “SUS sem Racismo”, apontam que as mulheres negras costumam receber em média menos tempo de atendimento médico que mulheres brancas. As negras compõem 60% das vítimas da mortalidade materna no Brasil.
O estudo também revela que somente 27% das mulheres negras tiveram acompanhamento durante o parto, ao contrário dos 46,2% das mulheres brancas; e 62,5% das mulheres negras receberam orientações sobre a importância do aleitamento materno, preteridas em favor dos 77% das mulheres brancas.
“Isso acontece porque se dedica menos tempo e atenção as negras nas instituições. Nós que somos parlamentares da área de saúde precisamos pensar formas de combater esse preconceito”, acrescentou.
Diversidade
Segundo Carmen, se o Parlamento quiser aumentar a participação feminina na política, é preciso também lutar pela ampliação da diversidade da população brasileira na Câmara. “Assim, trabalharemos mais pela maioria dos brasileiros. Que nós tenhamos mais deputados trabalhando pela população negra e por todas as políticas públicas”, finalizou.