Dona Alcione deixa três filhos, cinco netos e um bisneto
A matriarca da família Amorim, Alcione dos Santos Amorim, faleceu, aos 77 anos, vítima de um infarto, neste domingo (25). Dona Alcione, carinhosamente assim chamada, era atuante na comunidade sombriense. Professora aposentada, voluntária de causas sociais e dona de um coração enorme, disposta sempre a ajudar quem mais precisava.
“Se foi a nossa ‘Alcione’, a melhor mãe do mundo, uma pessoa íntegra, a frente do seu tempo e que soube viver a vida na sua plenitude. Acolhedora de todos”, lamentou o diretor da Rede Amorim Comunicações, Cacai Amorim.
Elis Amorim também lamentou a partida da vó: “Não consigo acreditar….Vó, minha amada vó… Você foi uma das mulheres mais incríveis que eu já conheci, mulher guerreira, de garra, coragem e ousadia… Obrigada por tudo que você fez por mim, por tanto amor, por tanto carinho, tanto cuidado e atenção…Como vai ser agora sem poder te ligar todos os dias? Sem ouvir teus conselhos, suas palavras de sabedoria, suas comidinhas, cozinhar com você, pegar sol na sua área, sem poder viajar com você… Vó, você era uma das minhas melhores amigas, te amarei para sempre”, escreveu.
O velório ocorre amanhã (26) as 7h da manhã no Rotary Clube de Sombrio, seguindo todas as medidas protetivas. Enterro à tarde.
Dona Alcione deixa três filhos, Carlos Wagner (Cacai), Roberto Carlos (Pr Roberto) e Kenia, cinco netos, Vagner, Débora, Treissi, Elis, Laís e um bisneto, Liam.
Conheça a história da Dona Alcione
Mulher, mãe, professora, esposa, amiga, voluntária. Foram muitos papéis desempenhados por Dona Alcione.
Alcione dos Santos Amorim nasceu em Jaguaruna em 22 de outubro de 1943. A infância difícil passou ao lado de seus nove irmãos. O pai pedreiro cultivava mandioca para ajudar na alimentação da família. Mesmo em meio a luta, seu pai apostava nos estudos. Conseguiu que dois filhos chegassem até a faculdade, três fizessem o chamado segundo grau e sete pelo menos estudassem até a 4ª série.
A adolescência não ganhou contornos de vida mais fácil. Junto aos estudos, Alcione trabalhava meio período para complementar a renda em casa e ter seu próprio dinheiro.
Ela trabalhou como doméstica, fez doces para vender aos viajantes do trem que passavam por Jaguaruna e chegou a lecionar. Em 1960 a formatura na Regional (hoje o 9º ano). Saiu profissionalizada como professora, mais tarde fez a faculdade de Pedagogia.
Social
Mas além de se se dividir entre mulher, mãe, dona de casa e professora, Alcione sempre teve um olhar voltado para a sociedade. Acreditava que o ser humano precisa estar disposto a estender a mão ao próximo. E de tanta paixão pelo próximo e tanto envolvimento em clubes e causas sociais, houve grupos que trocaram de dia para que ela pudesse permanecer em todos. Além de ajudar nas festas da igreja, ela e o marido participaram do Clube do Lobisomem (formado por homens amigos que se reuniam mensalmente e além de confraternizar ajudavam a quem precisasse), do Rotary (desde a fundação) e da UFACS ( grupo de mulheres voltadas a auxiliar o próximo). Grupo de professores aposentados, grupo de novenas.
Quitutes
Além de professora dedicada, Alcione tinha muita habilidade na cozinha. Ainda na adolescência fazia guloseimas para serem vendidas aos passageiros dos trens que passavam em Jaguaruna. Após casada, aos finais de semana chegava da rotina de sala de aula e guarnecia a família com seus quitutes. Para ela, o alimento era sagrado. O amor que colocava na produção conquistou muitos. Além da família, as encomendas chegavam. Naquele período Sombrio contava apenas com duas doceiras. Alcione e mais outra mulher. E quem pensa que Alcione ficou triste com o grande número de pessoas que começaram a ganhar a vida produzindo comida está enganado. Tanto que uma de suas grandes alegrias na vida é saber que ensinou muitas pessoas que hoje ganham a vida produzindo guloseimas. Nunca escondeu nenhum dos truques culinários. Deu muitos cursos e ensinou tudo que sabia. Devido a problemas de saúde, ela diminuiu o ritmo. E entre os que mais apreciam suas produções estão os netos. Aliás, foram eles que batizaram suas produções: Quitutes da Alcione.
Aos filhos, familiares e amigos, o meu mais profundo sentimento de pesar.