O mais sublime amor
Que o ser humano é complicado todos nós sabemos. Complexo. Impossível de se explicar e entender as infinitas formas do pensamento e do comportamento do homem. Paixão, amor, amizade, indiferença, aversão e ódio são sentimentos que as pessoas têm umas pelas outras. Existe mais algum? Talvez. A resposta fica contigo, meu raro e paciente leitor.
Vou me fixar no amor. Ah! Meu irmão, minha doce irmã, quantas formas existem de se amar e de se expressar o amor, hein? Infinitas. E tu aí já tiraste os teus lindos olhos deste singelo texto para divagar sobre o amor. Não é mesmo? Pois volta. Vamos analisar o mais sublime amor que existe no Universo: o de mãe. A intensidade com que uma mulher ama seu filho é inexplicável para nós, pobres mortais. Uma mãe é capaz de sacrificar tudo na vida, pelo bem-estar e pela felicidade de seu filho.
Ah! Eu as vejo nas madrugadas frias e chuvosas, ao ouvir o choro da criança no bercinho, uma mãe saltar como uma pantera, debaixo do quentinho das cobertas, sem ao menos calçar os chinelos, para ver se a criança está bem tapadinha, dar o seu seio ao bebê, preparar uma mamadeira, um chazinho, quem sabe, trocar fraldas, ou simplesmente para ver se o filho está respirando. Qual pai faz isso?
Ela atende ao filho, e ele não para de chorar. Aí vem aquela ansiedade, aquela angústia. O que será que ele tem? Dor de barriga, dor de ouvido, ou será coisa pior? O desespero se lhe abate. Evita chorar alto para não acordar o marido que dorme, tranquilo, ao lado. Ela começa a embalar o filhinho no colo, sentindo o calor de seu corpo contra o seu seio. Só ouve o vento e o barulho da chuva lá fora. Naquele transe, entre a dúvida, a preocupação e o desespero, ela vê, e vê porque quer ver, a imagem de Nossa Senhora.
Ela não quer saber se é fruto da sua imaginação, sonho ou realidade, apenas suplica à Mãe do Menino Jesus, que como Mãe, entenda o seu sofrimento, e tire o mal-estar ou a dor que afeta o seu filhinho. A criança para de chorar. Agora dormem serenamente. Ela aperta o filho contra seu corpo. Na penumbra do quarto uma luz suave, mística, paira na penumbra do quarto. Quando a criança crescer jamais saberá que isto aconteceu.
Tudo poderá ser no futuro este filho; amoroso, estudioso, honesto e trabalhador. Para felicidade plena da mãe. Mas, ao contrário, por desígnios do destino, venha a ser desleixado, vagabundo, ladrão, ou drogado. Ou não ser nada disso, mas simplesmente venha jogar sua mãe num asilo de idosos, frio e desumano, e esquecê-la, não duvides, ainda assim, ela o perdoará e o amará profundamente.