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Crônica | Uma aventura tresloucada | Llantada

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Uma aventura tresloucada

No dia 22 de abril p.p. eu escrevi uma crônica intitulada “Ingenuidade fatal”. Publicada no Facebook, Jornal Sul Catarinense e Portal Amorim no mesmo dia e no Jornal Imigrantes, de Turvo(SC), de 28.04. Para vocês entenderem melhor o motivo desta, me permito reproduzir, no parágrafo abaixo, algumas frases contidas nela.

“A ingenuidade também mata. Passo a dissecá-la. Antes de me estender, saibas que eu acho bonito uma pessoa ser ingênua, porque ela demonstra ser pura e não ter maldade. Toda a criança é ingênua, porque ainda não conhece os perigos do mundo. Assim, nós adultos, temos que estar sempre atentos. A vida é cruel, cheia de perigos e de gente traiçoeira.”

O que me trouxe hoje aqui foi essa tragédia havida com esses dois senhores: Bruno Araújo Pereira, brasileiro, indigenista, licenciado da FUNAI, e Dom Phillips, jornalista inglês, colaborador do jornal The Guardian. Dois especialistas dos problemas da Amazônia. Eles faziam juntos expedições de pesquisas desde 2018, o que significa que tinham bom conhecimento da região, das pessoas que a habitam e dos perigos dela inerentes. Aconteceu quê, no domingo, dia 05 de junho, ingressaram na selva amazônica, a fim de analisar invasões de terras, garimpos e desmatamentos ilegais e conflitos com os índios no Vale do Javari, município de Atalaia do Norte, na fronteira com o Peru.

A região é altamente perigosa. Lá tem muitos invasores de áreas indígenas, traficantes de minérios, armas e drogas. Gostou? Pois bem. Para complicar mais, havia notícias de que Bruno vinha sofrendo ameaças. Mesmo sabendo de tudo isso, os dois decidiram entrar na selva. Sozinhos e, presumo, desarmados. Como se adiantasse alguma coisa só os dois estarem armados. Um erro fatal. Deveriam ter pedido proteção das autoridades competentes, ou apoio de entidades nacionais ou internacionais. Não o fizeram. Erro fatal.

Não poderia dar outra coisa. Ambos desapareceram logo em seguida. Houve, então, intervenção do Exército, da Polícia Federal, Estadual e da própria FUNAI. Após muitas buscas e “lenga-lenga”, descobriram alguns dos assassinos, que confessaram o crime e mostraram o local onde deixaram os restos mortais de ambos.

Foram ingênuos. Não avaliaram bem os riscos. Confiaram nos seus conhecimentos e na sorte. Não tomaram as precauções indispensáveis. Alguns oportunistas quiseram tirar proveito político da tragédia, culpando o Estado, que nada teve a ver. Talvez quê, se tivessem lido a minha crônica mencionada no início, não teriam morrido. Mas aí já é muita pretensão minha. Quem vai ler uma crônica escrita por um pobre E.T. que vagueia pelo infinito do Cosmos?

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