O Deus de Spinoza
Hoje resolvi enveredar por esse labirinto filosófico porque é um tema que eu gosto muito: ser livre. Como é maravilhoso a gente voltar a ser criança de vez em quando. Voar pelo infinito do cosmos. Sonhar com o sonho impossível. Não fazer aquilo que não gosta. Isso só é possível usando a liberdade de pensamento. O contrário disso é a pessoa que não pensa por si própria. Faz ou deixa de fazer aquilo que outras pessoas lhe impõem. Isso acontece em dois segmentos; na política e na religião. Nestas têm pessoas que ficam fanáticas a ponto de cometer loucuras ou atrocidades em nome delas.
Vejam na História o que já se fez em nome de algumas ideologias; comunismo, fascismo ou nazismo; ou religiões e crenças; cristã, protestante, hebraica, islâmica ou talibã. Leiam a Bíblia e outros livros sagrados. Está tudo neles. Brutalidades, torturas, genocídios, assassinatos cruéis, enfim, em nome de algo que nem mesmo o próprio sectário tem certeza se é certo ou errado. Age em nome de uma causa de dogmas duvidosos. Por acreditar no imponderável.
Todas as ideologias e religiões têm as suas verdades, as suas invencionices ou até mesmo as suas mentiras. Aliás, em termos de religião, ninguém tem certeza de nada. O que existe são meras probabilidades e imaginações. Alguns pregadores assustam seus fiéis, dizendo que eles serão castigados se duvidarem da sua doutrina. “Arderão no fogo do inferno!”
Para ilustrar, trago aqui: “O Deus de Spinoza”. Baruch Spinoza foi um filósofo holandês que viveu de 1632 a 1677. Fiquei fascinado com esta passagem do que Spinoza pensa sobre “Deus”. Aliás, exatamente como eu. Incrível! Aí abaixo vai apenas uma amostrinha do que o filósofo acha que Deus diria, na sua concepção de Deus. Para ele Deus e Natureza são a mesma coisa.
– “Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faça é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz pra você. Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa! Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso o meu amor por você.”
– “Pare de me culpar por sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo de mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer. Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro. Confie mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer o meu trabalho? Pare de ter medo de mim!”