As máscaras e as bonecas africanas são dois artefatos carregados de simbologia da cultura negra. As oficinas de Máscaras e Bonecas Africanas na Tenda Cultural 2020 em Balneário Gaivota difundem o conhecimento de movimentos da resistência negra.
A professora, Selma Wolff, comanda as oficinas. A de Máscaras Africanas ocorre todas as terças-feiras às 19 horas. Já a das Bonecas Africanas (Abayomi) acontece nas quintas às 19 horas.
O prefeito em exercício, Evânio Íris Machado (Machadinho), pontua a importância das oficinas. “Mostra um dos vários tipos de movimentos da resistência negra, antes mesmo de chegar ao Brasil, para o maior número de pessoas possível, podendo assim diminuir a distância entre essa cultura riquíssima de artefatos para manter-se viva e presente em nosso cotidiano”.
Além de ensinar a fazer, a professora Selma Wolff, explica a história. “Cada pintura, cada característica da máscara existe uma representatividade. As máscaras servem para diversos momentos marcantes no continente africano, como rito de passagem, agradecimento de colheita ou funeral. Os detalhes possuem significados, como uma testa grande, o grande saber da pessoa. A forma dos olhos pode indicar a humildade. É importante que as pessoas compreendam esta cultura tão rica”, explana Selma. “A oficina de Máscaras Africanas tem por objetivo informar sobre a importância deste artefato no Continente Africano. A confecção foi elaborada em porongos por ser o que mais se aproxima da realidade africana. E no final da confecção as pessoas levam o souvenir pra casa”. Já em relação as bonecas Abayomi, tornaram-se o símbolo de resistência feminina africana. “A oficina das Bonecas Africanas tem por objetivo desmistificar o senso comum.
Fazendo com que as pessoas saibam a história sobre a Abayomi e contem para outras pessoas tornando-se multiplicadores desse conhecimento. Após a historicidade as pessoas aprendem a fazer a bonequinha, confeccionadas só com amarrações e ainda a levam para casa”.
A professora de inglês, Síndia Rech, e a filha Isabela Reis, estão inscritas na oficina de máscaras. “Tinha curiosidade em saber mais sobre as máscaras e trouxe minha filha junto para conhecer mais desta cultura. Desfrutamos da Tenda e tem sido uma experiência ótima como mãe e filha. É um tempo de crescimento juntas”. Isabela confirma que tem se divertido e pintar as máscaras tem sido a parte que mais gostou.
O secretário de Cultura, Jorge Cunha, explica que todo material para confecção dos objetos é disponibilizado gratuitamente na Tenda Cultural. “Temos tido um envolvimento muito interessante em busca de informações e cultura”.