O poder de pensar
O maior atributo que Deus, ou a natureza, deu ao homem foi o pensamento. Esse poder de analisar as coisas e decidir o que lhe pode ser útil ou o que seja certo ou errado. A evolução do pensamento humano começou lenta. Isso porque, no início, o homem só estava preocupado em sobreviver, o que já era difícil, em virtude da sua fragilidade. Assim, nos primórdios da humanidade, resolvida a questão da sobrevivência, o homem passou a olhar o mundo com curiosidade.
Raciocinemos que se hoje em dia as coisas são difíceis, e algumas até impossíveis de se compreender, como não era angustiante para os primatas pensar sobre a grandeza e a complexidade do Universo. Ante a falta de explicação, a humanidade não tinha outra saída, a não ser pensar que tudo era fruto de magia ou por decisão de divindades. Surgiram, então, as crendices nas mais variadas formas.
O que antes era só magia e fantasia transformou-se em religiões. Acreditando que aqueles mistérios todos só poderiam vir de um ser superior e desconhecido. Cada homem, cada tribo e cada povo passou a criar o seu próprio deus. Daí, então, surgiram as mais variadas divindades, representadas por astros (o Sol ou a Lua, etc), animais, pedras, enfim, figuras de todas as formas imagináveis e inimagináveis. Em nome desses deuses cometiam as mais cruéis atrocidades para homenageá-los, pedir proteção e favores. Não pensavam com o uso da razão.
Os gregos foram os primeiros a usar o pensamento filosófico (v. Aristóteles e Platão). Os romanos o aperfeiçoaram e o colocaram em prática. Na Idade Média (476/1453 d.C.), ou “Idade das Trevas”, surgiram grandes pensadores e cientistas. Mas suas idéias e descobertas eram reprimidas pelos reis absolutistas e pela Igreja Católica. O pensamento humano pouco evoluía. A Reforma Protestante (1517 d.C) e mais a descoberta e o uso da prensa móvel, em 1450, por Johannes Gutenberg, liberaram o pensamento humano dos rigores das religiões e o propagaram em velocidade vertiginosa, devidos aos livros que se tornaram de fácil acesso.
Aí surgiu o Iluminismo (Séc. XVIII), na Alemanha, França e Inglaterra, corrente de pensamento que creditava à razão a capacidade de explicar racionalmente os fenômenos naturais e sociais. Não negava Deus, mas entendia que os homens deveriam ter liberdade de pensar, pesquisar e agir com a razão. Grande progresso científico e social aconteceu a partir de então. As idéias iam surgindo e sendo aperfeiçoadas. O Iluminismo liberou o conhecimento científico do fanatismo religioso. O homem pode acreditar em qualquer deus, ou em nenhum. O que deve prevalecer, acima de tudo, é o pensamento humano o com o uso da razão.