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GeralSombrienses retidos na Indonésia devem ser repatriados em breve, diz Itamaraty

Sombrienses retidos na Indonésia devem ser repatriados em breve, diz Itamaraty

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Longe de casa: “Saudade dos meus filhos, da minha rotina.” Com essa declaração, a fotógrafa sombriense Giovana Garcia dos Santos definiu o sentimento de incerteza que vive desde o início do mês passado. Ela saiu de férias, para visitar uma irmã na Austrália, no início de março e conta que com o avanço da pandemia, tomaram a decisão de ir para a Indonésia. Quando concluíram que deveriam voltar ao Brasil o mais breve possível, pois as fronteiras estavam se fechando, já não conseguiram mais realocação nas companhias e estão por lá, esperando o vôo para repatriação. Giovana tem três filhos.

Giovana disse que companhias aéreas venderam passagens com overbooking – venderam mais passagens que a aeronave comporta – e cobraram valores exorbitantes pela volta “No último dia que verifiquei, constava R$ 27.000 cada bilhete de retorno e sem garantia real de que o voo não seria cancelado”, desabafa.

Giovana é filha de Zeno da Silva Garcia, que tem 69 anos é fumante e tem efisema pulmonar: “Nosso seguro viagem venceu. Estamos aqui, por tempo indeterminado e sem saber se conseguiremos arcar com os custos”. Ela conta que conseguiram acomodações através do aplicativo Airbnb. “Por enquanto, o mercado está abastecido”.At

ravés do grupo “Embaixada BRA: Anúncios”, no whatsapp, a reportagem do jornal Amorim conversou com Flávio Galli, empresário. “Estamos aqui com aproximadamente 140 brasileiros. A gente tem uma lista que a Embaixada atualiza dia-a-dia, aguardando repatriação, porque a maioria dos vôos foi cancelada. Não conseguimos remarcar ou pedir o reembolso, porque as companhias não estão reembolsando. Apenas a Qatar está saindo, mas os vôos passam de R$ 15mil”, desabafa.

Pelo grupo, os brasileiros se comunicam e aguardam uma posição definitiva, porém, segundo Flávio, a cada dia a situação muda, pois as medidas restritivas do governo da Indonésia estão se afunilando. “A gente quer ir embora”, diz. Muitos estão sem dinheiro para se alojar ou se alimentar. “Não sabemos até quando poderemos circular por aqui”, detalha, pois as informações chegam desencontradas.

“Eu conheci um casal de australianos que moram em Bali, através do Facebook quando eu cheguei aqui. Eles tinham um quarto para alugar na casa deles e fizeram um preço simbólico para nós ficarmos. Foi nossa sorte”, conta.

O estudante Nicolas Puglisi conseguiu entrar em contato com Ministério das Relações Exteriores, que criou um Grupo Consular de Crise para dar assistência a brasileiros no exterior afetados pela pandemia do coronavírus. “Foi bem útil, conseguiu dar algumas orientações, mas que ainda não resolveu muita coisa. Com o consulado, foram conversadas algumas situações em cenários mais extremos, e eles comentaram que poderia ser oferecida alguma ajuda financeira e material, o que ainda não sabemos o que significa e que ainda gera receio em todos os brasileiros em relação ao que seria, quanto tempo demoraria, o que seria necessário para comprovar essa real ajuda e de que forma que isso viria. Estamos bem sem saber o que fazer. O consulado tem prestado um serviço, se mantido em contato, porém ainda não tem nenhuma posição em que a gente consiga se sentir confortável ou fazer um planejamento para os próximos 15 dias, 30 dias ou dois meses”.

A chef de cozinha Angelita Marçal Flores, de 50 anos, está na mesma situação. Em entrevista ao programa Jornal Amorim 2ª edição, de ontem (07), ela contou que viajava de férias com uma amiga quando a pandemia explodiu, respingando os reflexos das restrições de mobilidade pelo sudeste asiático. Angelita e a amiga, de Blumenau, chegaram à Tailândia no dia 2 de março. “Somos amigas desde a faculdade, há quase 35 anos.

Nunca tínhamos viajado juntas. Planejamos por um ano, era um sonho ir a lugares sagrados, ver uma nova cultura, conhecer novas cozinhas”, contextualiza. Elas partiram para a Indonésia, onde previam conhecer os encantos de Bali entre os dias 12 e 20 de março. A ideia era voltar para a Tailândia no dia 21 e conhecer o Norte tailandês, a região de Chiang Mai, outro tradicional destino turístico do país. “Até aquele momento, não se falava em quarentena por aqui”, relata. Porém, a situação começou a piorar, muitos casos surgiram pelo continente e logo vieram as medidas restritivas. O voo de Bali para Chiang Mai foi cancelado. Compraram, então, passagens para Bangcoc, e novo cancelamento. Aí começou o pesadelo. A Tailândia fechou as fronteiras no dia 22 de março, em função da pandemia do Covid-19.

Nota do Itamaraty

A Embaixada do Brasil em Jacarta informa que o prazo para cadastramento de brasileiros para eventual voo de repatriação se encerra às 15h00 (horário de Jacarta) de quarta-feira, 8 de abril.

O fim do período de cadastramento decorre da necessidade de se consolidar a lista de passageiros do voo de repatriação.

A Embaixada informa que o número de pessoas cadastradas para o voo já se aproxima do limite, tendo em conta a soma dos brasileiros que se encontram na Indonésia e em outros países do Sudeste Asiático.

Com o intuito de garantir lugar para aqueles que realmente necessitam voltar ao Brasil, a Embaixada solicita que os nacionais que já tenham retornado ao país, ou que não tenham interesse real de embarcar no voo fretado, peçam para ter seus nomes retirados da lista.
Caso ainda tenham interesse, deverão encaminhar mensagem de whatsapp para o número +62 87773932615, com os seguintes dados:

– nome completo (como está no passaporte);

– data de nascimento;

– número do passaporte.

Caso não confirmem seus dados até o prazo mencionado acima (8/4, 15h00), terão seus nomes retirados da lista.

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