Os lojistas filiados à CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Sombrio, na tarde de ontem (08) fizeram manifestação no centro da cidade. Respeitando a distância segura de 1,5 metro e usando máscaras de proteção, reuniram-se na principal avenida da cidade, a Getúlio Vargas, para protestar.
É que com a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), algumas medidas foram tomadas pelas autoridades para evitar aglomerações, como suspensão de aulas, restrição de aeroportos, fechamento de academias e shoppings, entre outras.
Em Santa Catarina, o comércio está fechado desde o dia 18 de março. Já houve expectativa de reabertura, porém novos decretos prorrogaram o fechamento. Apesar das medidas propostas pelo governo federal para impedir demissões, como redução de carga horária, o presidente da CDL de Sombrio, Fernando Dalla Vechia Souza, conta que já houve demissões: “Ele – o lojista – já pensa em demitir, e deixar os principais funcionários de cada setor”, conta. “Ainda mais na nossa cidade, onde na maioria das lojas é o proprietário, a esposa, ou um filho, e mais um funcionário”, estima.
Em relação às medidas que estão sendo tomadas pelo Ministério da Economia, ele conta “que os empresários irão precisar de toda a ajuda possível”, mas que “em relação a empréstimos, anunciados desde o início, são uma mentira. Nós temos um grupo dos presidentes de CDL de Santa Catarina. Ninguém, até o momento, conseguiu, nem BNDES, nem BRDE ou Badesc. Ninguém conseguiu efetivar, realmente, um empréstimo junto a essas instituições”. “A gente quer uma chance. Quando tudo isso começou, fomos solícitos, gravamos vídeos, pedimos para todos ficarem em casa, porém, os dias foram passando, e não dos deram uma perspectiva, nem o formato que isso vai ocorrer”, desabafa Fernando.
Para ele, um dos exemplos é a questão da utilização e máscaras, que haviam sido proibidas, e após vinte dias, foi autorizado o uso de máscara caseiras. “Eles fizeram a parte mais fácil, mandaram todo mundo ficar em casa, mas é muito mais complexo que isso. Nós queremos defender nossas empresas, nosso trabalho, mas também queremos ajudar no combate, com protocolos seguros de trabalho e que temos condições de implementar”, declara.
A CDL sugere um “rodízio de aberturas”, por exemplo a abertura das lojas nas segundas-feiras, com fechamento de mercados, bancos e lotéricas, permitindo que o cliente de desloque até as lojas para pagar contas e fazer compras. Fernando avalia que cerca de 70% das vendas dos associados provêm do crediário e não veio, do governo, uma alternativa para o recebimento desses valores, para poder pagar os funcionários. “A partir dessa semana está começando um efeito cascata: as empresas não estão tendo dinheiro para pagar seus funcionários e suas obrigações”.
Paloma Corvalan também é lojista. Sua situação é diferente da maioria dos lojistas, pois sua atividade (ótica), foi enquadrada há alguns dias como serviço essencial. Mas ela é solidária aos colegas. “Comércio sozinho não trabalha. Nós precisamos uns dos outros. Somos geradores de empregos. São milhares de famílias esperando a abertura das portas para que possam trabalhar. Não estamos atrás de seguro isso ou aquilo, queremos gerar renda e temos a condição de trabalhar garantindo a segurança de nossos clientes e colaboradores. Todo o sistema econômico já está girando”, alerta ela.