A forte queda no preço do arroz preocupa produtores e indústrias. O recuo é resultado da alta oferta no Brasil e no Mercosul, somado às oscilações do mercado internacional.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina (SindArroz-SC), essa instabilidade pressiona os estoques e pode comprometer a safra 2025/26.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que o Brasil produziu 12,3 milhões de toneladas neste ano, acima da previsão inicial de 11,7 milhões. No Mercosul, a produção superou 17 milhões de toneladas, também acima da estimativa.
O excesso de oferta, aliado à reabertura das exportações da Índia e à competitividade dos Estados Unidos, fez o preço interno recuar para cerca de R$ 60 a saca de 50 kg em algumas semanas.
De acordo com o presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, o cenário pode reduzir o investimento dos produtores na próxima safra. “Com preços baixos, os agricultores tendem a cortar custos, principalmente em insumos como adubo e ureia, o que pode afetar a qualidade da produção”, explica.
As indústrias, por sua vez, enfrentam margens apertadas e estoques elevados. Para o setor, o equilíbrio entre produtores, empresas e consumidores é essencial.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Renato Franzner, aponta duas soluções: ampliar as exportações, com o programa Brazilian Rice em parceria com a ApexBrasil, ou criar estoques reguladores por meio de compras governamentais.
Uma campanha nacional de incentivo ao consumo também será lançada em setembro, com foco nas novas gerações. O objetivo é valorizar o arroz como alimento cultural, nutritivo e socialmente importante.