Planta atrai multidões de curiosos quando floresce, o que acontece em média a cada década
Conhecida pelo carinhoso nome de flor-cadáver, a Amorphophallus titanum impressiona tanto pelo tamanho (pode atingir 3 metros de altura e pesar 75 quilos) quanto pelo cheiro característico (de carne apodrecida), que lhe confere o nome popular. Esta planta rara atrai multidões quando floresce, um evento que ocorre apenas a cada 10 ou 15 anos, devido à grande quantidade de energia necessária para formar sua imensa estrutura de floração, chamada de espata.
A flor-cadáver não é carnívora, mas possui estratégias impressionantes para atrair insetos polinizadores. Ela emite um forte odor fétido e calor de até 36°C, características que imitam a carcaça de animais mortos, atraindo besouros, moscas e outros insetos. O odor varia dependendo do período, sendo mais intenso à noite, quando a polinização é mais ativa.
O gigantismo da espata está relacionado à polinização por insetos necrófagos (aqueles que se alimentam de tecidos em decomposição), permitindo que a planta se destaque visualmente e emita odores atrativos para eles. Apesar de sua fama, a flor-cadáver é tecnicamente a maior estrutura de floração sem galhos do planeta, e não a maior flor do mundo – título que pertence à raflésia (Rafflesia arnoldii).
Na natureza, a espécie enfrenta risco de extinção. Estudos indicam que a população diminuiu cerca de 50% no último século devido ao desmatamento, coleta ilegal e mitos locais. Acredita-se que existam apenas 300 flores-cadáveres na natureza. Ela floresce apenas uma vez a cada dez anos em seu habitat natural aproximadamente. Jardins botânicos, como o de Edimburgo, na Escócia, funcionam como reservas genéticas, com plantas cultivadas a partir de sementes ou clones.
Além do aspecto científico, a flor-cadáver encanta e desperta curiosidade. Seu tamanho monumental, o tom arroxeado da espata, o odor inconfundível e o calor emitido tornam a experiência de vê-la florescer única. Cada floração é uma oportunidade para pesquisadores aprenderem mais sobre seu ciclo de vida, estratégias de polinização e conservação.
Com informações de BBC News Brasil*
Mariana Machado (Jornalismo