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GeralAnderson e Michele: fé, autismo e superação em um testemunho de vida

Anderson e Michele: fé, autismo e superação em um testemunho de vida

O autismo é um desafio diário para pais e familiares. No Brasil, o número de diagnósticos tem crescido, transformando a vida de quem se dedica a cuidar de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em um testemunho emocionante, o casal Anderson Ramos e Michele Silva compartilhou sua jornada de fé, amor e superação em entrevista à Rádio 102.9 Amorim FM.

Eles dividem a experiência de criar o filho, Antony, de sete anos, diagnosticado com TEA de nível 3, não-verbal. A história do casal se entrelaça com suas próprias vivências, antes de se conhecerem, e revela como a fé foi fundamental para enfrentar os desafios.

A conversão de Anderson: do abismo à graça

Anderson Ramos, que cresceu em um lar cristão, conta que se afastou da igreja na adolescência. Mergulhado em um mundo de drogas e vícios, ele se viu sem rumo e perdeu tudo o que tinha. O ponto de virada veio quando, após uma conversa difícil com o pai, ele foi a um lugar isolado com a intenção de tirar a própria vida.

“Uma voz dizia para eu desistir, mas outra me falava para voltar para casa”, relata. A segunda voz, que ele identifica como a de Deus, o encorajou a bater na porta de casa. Ao obedecer, foi surpreendido com o abraço do pai, que havia passado a noite em oração. “Meu pai disse que Jesus havia falado que eu voltaria e que ele deveria me abraçar. Naquele momento, eu vi que Jesus é real”.

Após a conversão, Anderson abriu mão de uma promissora carreira na música secular para se dedicar à música cristã. “Sem Jesus, não consigo dar um passo certo”, afirma, reforçando que sua composição musical é uma forma de diálogo direto com Deus.

O desafio de Michele e o diagnóstico de Antony

A história de Michele também é de profunda luta. O diagnóstico do filho, Antony, veio após uma gravidez de risco e a intuição de mãe. Desde o nascimento, Michele percebeu que o filho era diferente. A suspeita se confirmou aos dois anos, quando o laudo do neuropediatra confirmou o TEA.

O desafio era imenso. As clínicas de tratamento custavam R$ 5 mil mensais, valor inacessível para a família. Michele recorreu à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e a outros órgãos, mas a pandemia complicou o processo. Ela revela que abriu mão da carreira profissional para se dedicar integralmente ao filho e explica a dura realidade de muitas famílias: “Quando nasce uma criança atípica, nasce uma mãe atípica. E a gente não escolhe isso”.

Atualmente, Antony faz uso de canabidiol e risperidona. O canabidiol, embora tenha melhorado a atenção e obediência do filho, não é custeado pelo governo de Santa Catarina. A família arcou com os custos por anos e agora o processo judicial para obter o medicamento está em sua terceira instância, em Brasília.

Uma luta constante e a falta de apoio dos órgãos públicos

A família gasta, em média, R$ 6 mil por mês para cobrir as despesas básicas da casa, sendo R$ 3 mil apenas para as necessidades de Antony. A quantia inclui medicamentos, fraldas, consultas e terapias. “É uma realidade que a grande maioria das famílias atípicas vive”, lamenta Michele.

Apesar das dificuldades, Michele se tornou uma voz ativa na luta por direitos. Ela conta que conseguiu, através de leis federais, que o município de Passo de Torres providenciasse transporte escolar e fonoaudiólogo para as crianças autistas. Ela reforça a importância de que pais não se sintam culpados. “Deus escolhe a dedo para mandar esses anjos para nós”, afirma.

O casal se reencontrou na igreja, após anos sem contato. A aceitação e o amor de Anderson pela família, especialmente por Antony, foram a confirmação de que Deus estava agindo em suas vidas. “O Antony me fez entender de novo o que é a pureza. Ele é 100% puro. Quando ele me olha nos olhos, eu sinto Deus”, diz Anderson.

O testemunho de Anderson e Michele é um exemplo de que, mesmo diante das maiores adversidades, a fé e o amor podem transformar vidas e trazer um novo propósito.

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