Em celebração ao Dia Nacional do Professor nesta quarta-feira (15), o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu a valorização e a remuneração digna para os docentes do país. “Professor tem que ser bem remunerado. No nosso país, o professor tem que ser valorizado”, afirmou em cerimônia no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro.
De acordo com a Agência Brasil, o evento marcou o lançamento oficial da Carteira Nacional Docente do Brasil, que oferece uma série de benefícios a professores da rede pública e privada, como descontos em eventos culturais e vantagens em empresas parceiras.
Ao lado do presidente Lula e de outras autoridades, Santana destacou a importância da educação como agente transformador. “O Brasil é um país muito desigual e só a educação possibilita transformar a vida das pessoas”, defendeu.
Apelo por salário digno e desafios da categoria
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também docente de formação, defendeu a remuneração digna e a necessidade de pagar por todo o tempo de trabalho. “Qualquer 10 minutos a mais na nossa carga horária conta. Eu me lembro disso. Qualquer 10 minutos a mais também tem que ser remunerado e é isso mesmo que os professores merecem e se dedicam todos os dias para que aconteça”, disse.
A questão salarial foi central na cerimônia: o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que abriu o evento sob vaias de professores, reverteu o cenário ao anunciar que os docentes municipais teriam o salário reajustado. A categoria, no entanto, alega estar sem reajuste há 18 meses, segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ).
O cenário brasileiro é desafiador. Um relatório da OCDE em 2023 mostrou que os educadores no Brasil recebem, em média, 47% menos e trabalham mais horas do que a média dos países da organização.
O país discute atualmente o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a necessidade de investir 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para garantir qualidade, zerar deficiências e valorizar os profissionais da educação nos próximos dez anos.