O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na noite desta quinta-feira (20), ter ficado feliz com a retirada das taxas impostas pelos Estados Unidos sobre alguns produtos brasileiros. Em discurso na abertura do Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, o presidente disse que o Brasil soube lidar com a pressão das tarifas e obteve respeito dos EUA.
Segundo a Agência Brasil, a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi anunciada na mesma quinta-feira (20) e retirou a tarifa de importação de 40% sobre determinados produtos agrícolas brasileiros. Constam na lista divulgada pela Casa Branca itens como café, chá, frutas tropicais e sucos de frutas, cacau, especiarias, banana, laranja, tomate e carne bovina.
Vitória do diálogo e soberania
Lula classificou a derrubada da taxa como uma “vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso”. Ele utilizou uma analogia para defender sua postura cautelosa na negociação: “Quando o presidente dos EUA tomou a decisão de fazer a supertaxação, todo mundo entrou em crise e ficou nervoso. E eu não costumo tomar decisão com 39 graus de febre. Eu espero a febre baixar. Se você tomar decisão com febre, você vai cometer um erro”, disse.
O presidente destacou que o respeito diplomático foi crucial para o avanço. “E hoje estou feliz porque o presidente Trump começou a reduzir as taxações. E essas coisas vão acontecer na medida em que a gente consiga galgar respeito das pessoas, ninguém respeita quem não se respeita”, acrescentou.
Em ordem executiva, Trump confirmou que a decisão foi tomada após conversa telefônica com Lula, e que as negociações para abordar as questões identificadas no Decreto Executivo 14.323 ainda estão em andamento.
Lula reforçou que a negociação é fruto do trabalho de equipe. “O diálogo franco que mantive com o presidente Trump e a atuação de nossas equipes de negociação, formada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira pelo lado brasileiro, possibilitaram avanços importantes“, destacou o presidente. Ele garantiu que o Brasil seguirá dialogando, tendo como norte a soberania e o interesse dos trabalhadores, da agricultura e da indústria brasileira.












