O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Gilberto Seleme, publicou um artigo posicionando-se contra o debate atual sobre o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais sem redução salarial. Para o líder industrial, impor essa mudança por lei ignora a realidade econômica e representa um “golpe contra a competitividade”.
Seleme argumenta que a redução de jornada só é sustentável mediante aumento real de produtividade — ranking em que o Brasil ocupa a 100ª posição global — e através da livre negociação, não por imposição legislativa.
Comparativo Internacional e Escassez de Mão de Obra
O presidente da FIESC cita o cenário externo para justificar que o debate é inapropriado. Países como Alemanha, Dinamarca e Argentina permitem jornadas de até 48 horas. Além disso, ele alerta para o “apagão de mão de obra qualificada” em Santa Catarina, afirmando que a redução da jornada criaria um vácuo operacional impossível de preencher a curto prazo.
“Vivemos um cenário internacional de concorrência acirrada (…) O ‘tarifaço’ americano é um alerta: ou somos competitivos, ou seremos engolidos”, escreveu Seleme.
Impacto Econômico em SC e no Brasil
Dados do Observatório FIESC apontam que 86% dos trabalhadores formais da indústria catarinense (806 mil pessoas) possuem contratos de 44 horas, o que expõe o setor a um impacto imediato.
Segundo estimativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) citadas por Seleme:
Custo para a indústria: A medida custaria R$ 179 bilhões.
Custo do emprego: O custo do emprego formal subiria 25%.
Setor Público: Impacto estimado em R$ 150 bilhões.
A FIESC informou que está intensificando o contato com a bancada federal catarinense para apresentar esses dados e combater o que classifica como “populismo legislativo”.












