Com a chegada de um novo ano, é comum que pessoas elaborem listas de metas e resoluções, mas esse processo precisa partir de motivações pessoais e não de cobranças externas ou comparações feitas nas redes sociais. A avaliação é da especialista em saúde e felicidade no trabalho, Chrystina Barros, em entrevista ao programa Nacional Jovem, da Rádio Nacional da Amazônia, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo Chrystina, a exposição constante a padrões idealizados nas redes sociais pode gerar frustração e expectativas irreais. “Muitas vezes queremos repetir o sucesso que vemos em uma foto ou em uma história de internet, sem saber o que existe por trás daquilo. Isso acaba criando uma pressão desnecessária”, destacou.
Segundo a Agência Brasil, a especialista ressalta que revisar o passado é essencial para aprender com experiências anteriores e evitar frustrações recorrentes. Para ela, metas desconectadas da realidade aumentam as chances de desânimo ao longo do ano. “Quando não aprendemos com o que já vivemos e cedemos à pressão dos outros, ficamos muito mais propensos a nos frustrar novamente”, afirmou.
Chrystina reforça que o planejamento deve considerar limites e a rotina real de cada pessoa. Avaliar se os objetivos são possíveis de serem executados no dia a dia é um passo fundamental. “O principal é pensar em metas realistas, no que é possível fazer agora, com disciplina e constância”, orientou.
Entre as estratégias sugeridas, a especialista recomenda resgatar o hábito da escrita manual como forma de organizar pensamentos e acompanhar o progresso. Manter um caderno para registrar acontecimentos positivos e objetivos pessoais pode ajudar a tornar as metas mais concretas. “Escrever no papel nos obriga a pensar com mais profundidade, diferente do celular, que nos deixa mais dispersos”, explicou.
Ela também sugere revisitar esses registros periodicamente, como uma forma de avaliar avanços e renovar a motivação. Para Chrystina, estabelecer resoluções é importante porque cria movimento e direcionamento, mas sem pressa ou cobranças externas. “A obrigação é com você, não com o mundo. Cada um tem o seu tempo”, disse.
Ao falar sobre o fechamento de ciclos, a especialista defende a importância de fazer um balanço do ano, valorizando experiências positivas do cotidiano. Segundo ela, o cérebro tende a armazenar mais facilmente situações negativas como mecanismo de defesa, o que pode ofuscar conquistas e momentos bons. “Reconhecer o que deu certo ajuda a recuperar o fôlego e enfrentar melhor os desafios”, avaliou.
Chrystina destaca ainda a necessidade de autocompaixão diante de frustrações. Permitir-se sentir tristeza quando uma meta não é alcançada faz parte do processo. “Nem sempre a meta era realmente sua. Às vezes foi uma cobrança externa. É preciso aceitar, refletir e replanejar”, aconselhou.
Por fim, a especialista alerta que não alcançar um objetivo em um ano não significa dobrar a carga no ano seguinte. Para ela, o mais saudável é ajustar expectativas, respeitar limites e construir metas alinhadas com a própria realidade, evitando pressões que podem comprometer o bem-estar ao longo de 2026.












