A Organização Mundial de Saúde afirma que a dependência química atinge o ser humano nas suas três dimensões básicas (biológica, psíquica e espiritual), e atualmente, é reconhecida como uma séria questão social, à medida em que atinge o mundo inteiro, em todas as classes sociais.
Sem o tratamento adequado, a dependência química tende a piorar cada vez mais, levando pessoas a uma destruição gradativa de si mesma, atingindo sua vida pessoal, familiar, profissional e social.
Em função desse quadro, muitas são as instituições junto à sociedade civil que têm se proposto a desenvolver um trabalho de assistência e tratamento a dependentes químicos. Em Araranguá a Casa do Oleiro realiza um trabalho muito especial auxiliando na restauração de muitas vidas. A Comunidade Terapêutica Casa do Oleiro nasceu há sete anos, no dia 30 de abril de 2012, com um desejo no coração da Pra. Marcia Alves. Em entrevista exclusiva à nossa equipe a diretora relatou que seu primeiro marido faleceu muito jovem devido ao alcoolismo. Situação está que incentivou Márcia há trabalhar com os dependentes químicos para que outras famílias não precisassem passar pelo que ela enfrentou.
Formada em Serviço Social, pós Graduada em Direitos Humanos, ela atua como Conselheira Tutelar há mais de cinco anos no município e tem muito amor pelas vidas, prestando também serviço voluntário em presídios.
A Casa do Oleiro atualmente atende 26 internos com idade de 20 à 70 anos. Contando com uma estrutura simples, mais alicerçada em muito amor. A instituição conta com um Salão para reuniões de orações, onde acontece cultos, estudos bíblicos e vigílias. Dormitórios, sala pra refeições, secretaria, cantinho da oração, quiosque e uma linda horta onde os recuperandos orgulhosamente trabalham e colhem lindos frutos dos seus esforços. Em relato à nossa reportagem Pra. Marcia citou vários casos de ex- dependentes químicos que hoje visitam a casa para dar apoio aos recém chegados e compartilham seus testemunhos de transformação que tiveram dentro da Casa do Oleiro.
Mateus interno da casa relatou: “ No ano de 2016 estive no fundo do poço, perdi minha casa, família, emprego e tudo o que mais importava para mim por causa das drogas. Minha filha hoje tem 12 anos e há mais de 6 anos eu não a vejo. Passei minha vida à mercê da sociedade, desacreditado pelos familiares e abandonado por todos, mas um dia ouvi falar deste trabalho aqui em Araranguá, porém como morava em Porto Alegre tive muitas dificuldades para chegar até aqui, mas cheguei, e valeu a pena! Fui recebido de braços abertos, com muito amor, sem nenhuma descriminação e julgamentos. Deus mudou minha vida, os ensinamentos da Casa me ajudaram muito e hoje recuperado sou monitor da Casa do Oleiro”.
Paulo César que também foi acolhido pela instituição, com os olhos cheios de lagrimas compartilhou sua história: “Sou de Novo Hamburgo, cheguei aqui destruído pelas drogas, discriminado por amigos e familiares, pois infelizmente as pessoas nos julgam sem conhecer nossa história. Aqui tenho atendimento gratuito e hoje com 43 anos tive minha vida transformada, me considero um novo Paulo. Ainda este ano, vou poder ir visitar minha família depois de dois longos anos. Quero falar para todos que existe esperança, que Deus pode mudar sua vida, ele é a saída e o único que pode nos libertar, sou grato por tudo que aprendi aqui”.
Contando exclusivamente com doações de entidades e particulares, a Casa do Oleiro precisa de muito auxilio para continuar prestando excelentes serviços aos recuperandos. Alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal, roupas de cama entre outros itens podem ser doados. A casa fica localizada as margens da BR 101 em Araranguá. A instituição também coloca a sua conta bancaria para receber doações. Agencia: 0427 Operação: 003 Conta Corrente: 3862-4 Caixa Econômica, ou através dos contatos telefônicos: (48) 99664-3681, (48) 98482-9641.