Em SC a a Fundação Catarinense de Educação Especial possui convenio com instituições especializadas em educação especial
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por alterações na comunicação social e nos comportamentos restritos e repetitivos. Pessoas neurodiversas veem e sentem o mundo de uma forma diferente do que pessoas neurotípicas, mas isso não quer dizer que sejam menos capazes. Elas só precisam de outras formas de estímulo para interagirem e aprenderem, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, incluindo a família.
Neste Abril Azul – Mês Mundial de Conscientização sobre o Autismo, a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) destaca a importância do Programa de Treinamento de Pais, que ocorre em formato piloto dentro do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA) da FCEE.
“O tema da participação das famílias no atendimento às crianças com autismo é de fundamental importância. Sem elas, não conseguimos fazer um atendimento com toda a sua complexidade”, destaca a presidente da FCEE, Jeane Rauh Probst Leite, lembrando que, atualmente, 9 mil pessoas com autismo de todas as faixas etárias são atendidas pelas instituições especializadas em educação especial de Santa Catarina conveniadas com a FCEE.
O Programa de Treinamento de Pais da FCEE atende pais, responsáveis ou cuidadores das crianças atendidas pelo Serviço de Intervenção Precoce oferecido pelo Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA). O objetivo é orientar as famílias com suporte teórico sobre as diversas técnicas e recursos, minimizando fatores de risco bem como promovendo o desenvolvimento social.
“A intervenção precoce é um dos serviços mais importantes na área do autismo. Com um diagnóstico diferencial e precoce e com políticas públicas voltadas para o serviço de intervenção precoce, é possível dar mais qualidade de vida a essas crianças e seus familiares”, enfatiza a Supervisora de Atividades Educacionais Extensivas da FCEE, Fabiana Giacomini Garcez.
O Serviço de Intervenção Precoce do CETEA/FCEE atende crianças com diagnóstico de TEA com idade entre 1 ano e 5 anos e 11 meses. O principal objetivo do serviço é permitir que a criança desenvolva habilidades básicas de modo a não prejudicar o desenvolvimento de aprendizagens acadêmicas e sociais. O atendimento é realizado por uma equipe multiprofissional, composta por professor, educador físico, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, tendo como base o uso de Práticas Baseadas em Evidências para autismo (PBE).
“Já o Programa de Treinamento de Pais integra o atendimento da Intervenção Precoce. Dentro da nossa proposta, esses pais precisam ser instrumentalizados. Enquanto as crianças estão em atendimento, esses pais estão com outros profissionais discutindo sobre os desafios que enfrentam com seus filhos e recebendo programas de intervenção para realizar em casa”, detalha Fabiana. “Assim, o treinamento possibilita a continuidade do trabalho realizado com a criança e, principalmente, permite que essas famílias sejam protagonistas na melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos, esse é o nosso maior objetivo”, pontua.
Diretrizes do Autismo
Em 2022 a FCEE lançou uma publicação inédita em Santa Catarina, as “Diretrizes dos Centros de Atendimento Educacional Especializado do Estado de Santa Catarina: Transtorno do Espectro Autista”, produzida para servir como base para as intervenções realizadas pelas instituições parceiras do Governo do Estado, mas que também é uma referência técnica na área. A publicação está disponível para download na seção Publicações do site da FCEE e também no Portal do Autismo de Santa Catarina – autismo.fcee.sc.gov.br.
A Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) é o órgão do Governo do Estado responsável pela definição e coordenação das políticas de Educação Especial, fomentando, produzindo e disseminando o conhecimento científico e tecnológico desta área. Em seu campus em São José, na Grande Florianópolis, a FCEE conta com dez Centros de Atendimento Especializado, que são espaços de estudos, discussões, atendimentos e pesquisas em suas respectivas áreas de atuação. Em todo o estado, possui parcerias com quase 250 instituições especializadas, como Apaes, Amas, associações de surdos, de deficientes físicos, entre outros. Além dos repasses financeiros para estas instituições, também realiza cursos, capacitações e assessorias técnicas, beneficiando cerca de 27 mil educandos.
