O campus da Unesc foi palco de intervenções artísticas que marcaram o encerramento de semestre para os cursos de Bacharelado em Teatro e Bacharelado em Artes Visuais da Universidade. As ações, que ocorreram nesta semana, foram realizadas em diversos espaços da universidade, foram concebidas como uma experiência coletiva e proporcionaram aos estudantes, servidores, professores e transeuntes momentos de surpresa e reflexão, desafiando o público a participar ativamente da arte.
A primeira intervenção foi criada pelas acadêmicas Bruna Machado, Lidiane Frelo e Manuela Venâncio, integrantes do curso de Bacharelado em Teatro, e envolveu o uso das Máscaras Larvárias. Este tipo de máscara, descoberta pelo diretor francês Jacques Lecoq no Carnaval de Basel, na Suíça, na década de 1960, é caracterizada por uma forma simplificada e assimétrica da figura humana, com características pontudas, redondas ou curvas, e um aspecto inacabado.
Durante a intervenção, as acadêmicas circularam pelos blocos Z, Q e O, interagindo com estudantes e professores do curso de Pedagogia, e seguiram até a Livraria da Unesc e o palco dosQuintas Culturais. Ao longo do semestre, as participantes também tiveram a oportunidade de confeccionar suas próprias máscaras, utilizando moldes feitos a partir do seu rosto, com o uso de atadura gessada e papietagem (papel e cola).
A segunda intervenção, intitulada ‘Você quer ser ouvido(a)/e?’, foi idealizada pelas acadêmicas do Bacharelado em Artes Visuais, Emili Ribeiro, Júlia Teixeira Francisco, Juliana de Oliveira Patrício, Kauana Veselosk, Manuela Zampoli de Souza e Sara Barcelos de Oliveira. Essa ação trouxe à tona a reflexão sobre o acolhimento e as memórias traumáticas, convidando as pessoas a escreverem suas memórias ou arrependimentos em pequenos pedaços de papel.
Após a escrita, os participantes foram convidados a escolher se queriam que seus registros fossem lidos ou destruídos. A intervenção aconteceu em frente à Padaria Mais Doce, e o crescente interesse do público fez com que as acadêmicas estendessem a ação, realizando um novo ciclo de escrita e leitura, em que uma das participantes leu em voz alta os registros que foram socializados.
Ambas as intervenções buscavam explorar a comunicação presencial entre artistas e espectadores, criando uma dinâmica de participação efetiva e superando as limitações impostas pelo uso excessivo de dispositivos tecnológicos.
As ações convidaram o público a interagir com a arte de forma mais tangível, movimentando-se entre as perspectivas do real e do imaginário. Por meio dessas experiências, as acadêmicas não apenas demonstraram seu aprendizado nas disciplinas de Teatro de Máscaras e Poéticas do Corpo, mas também proporcionaram uma reflexão sobre o papel da arte no cotidiano, ampliando as fronteiras da expressão e da participação coletiva. A coordenação da ação foi do professor Luiz Gustavo Bieberbach.
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