No mês de março, as aulas de defesa pessoal para mulheres da segurança pública completou um ano. O projeto é desenvolvido na sede do 19º Batalhão da Polícia Militar (BPM), em Araranguá.
A iniciativa tem como público-alvo mulheres que atuam nos órgãos de segurança pública da região, incluindo Polícia Militar, Polícia Científica, Polícia Penal, Corpo de Bombeiros Militares e Polícia Civil, além de familiares de policiais.
Desde o seu lançamento, os treinos têm sido um sucesso, fornecendo preparo físico, psicológico e técnico para enfrentar os desafios do trabalho nas ruas. As aulas incluem técnicas de defesa pessoal, estratégias de segurança e simulações de situações reais de confronto, e são ministradas por policiais militares com prática nas técnicas ensinadas.
De acordo com o comandante do 19º BPM, tenente-coronel, Marcelo Bertoncini Zanette, “os treinos de defesa pessoal são fundamentais para aumentar a confiança e a segurança das mulheres que atuam na segurança pública. Além de proporcionar habilidades práticas de autodefesa, também fortalecem o espírito de equipe e solidariedade entre as participantes. Destacando que os treinos mistos com técnicas de jiu-jítsu já aconteciam na unidade militar, mas as policiais vislumbraram essa necessidade das aulas específicas, voltadas para as mulheres, e a solicitação foi prontamente atendida” completou o comandante.
Para a sargento Luana do Canto, “aulas como essas, direcionadas para o público feminino incentivam a busca por aprimoramento das técnicas de defesa e atuação da policial diante de uma situação crítica em ocorrência, bem como em circunstâncias que geralmente as mulheres vivem na vida particular como crimes de violência sexual ou doméstica. Quando as aulas iniciaram, eu não imaginava que as técnicas do jiu-jítsu possibilitariam a minha defesa diante de um oponente com maior estrutura física. Sem contar a elevação da autoestima em relação a capacidade de lutar e saber se defender, o fortalecimento dos laços de amizade e companheirismo entre as mulheres e a confiança que o parceiro de serviço começa a ter quando presencia a evolução da policial feminina nas abordagens”.
Ainda sobre os treinos, o sargento Antonio Carlos Júnior, que é um dos instrutores, ressaltou que há um ano, no dia 1º de março de 2023, o 19º BPM implementou o jiu-jítsu feminino na unidade, após a solicitação de algumas policiais que sentiam falta de alguma atividade dessa natureza voltado para mulheres.
Assim como as diversas modalidades de atividades físicas existentes e necessárias para a manutenção da saúde, o jiu-jítsu igualmente se encaixa para trazer esses benefícios. Além de maior qualidade de vida, conjuntamente com o seu treinamento, há ganho de capacitação técnica para lidar com situações diárias do serviço policial, em que tenha a necessidade de conter agressores ou pessoas descontroladas, aumento no autocontrole para lidar com situações de estresse e a defesa pessoal.
Para as mulheres, essa prática se torna ainda mais importante, especialmente em casos de agressões extremas, em que a diferença física entre homem e mulher, por vezes é muito desproporcional e a boa aplicação das técnicas de imobilização podem deixar a vítima em vantagem frente a essas situações. Desse modo, a iniciativa demonstra o compromisso da Polícia Militar em promover a segurança e o bem-estar das mulheres que dedicam suas vidas à proteção da comunidade e da família dos nossos policiais, como filhas, esposas e irmãs.