Um recente levantamento do MapBiomas revela que o Brasil perdeu uma área equivalente ao estado da Paraíba em queimadas apenas no mês de agosto. Segundo o Monitor do Fogo, criado em 2019, este é o pior cenário de queimadas já registrado no país.
Em comparação com o mesmo mês do ano passado, houve um aumento alarmante de 149%, totalizando 3,3 milhões de hectares a mais em queimadas. Aproximadamente 25% dessa área afetada corresponde a pastagens utilizadas para pecuária.
São Paulo foi um dos estados mais impactados, concentrando 86% das queimadas de 2024 em agosto, com quase 90% ocorrendo em áreas de agropecuária. A cana-de-açúcar foi o cultivo mais prejudicado, especialmente nas cidades de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Pitangueiras. Até agora, 15 pessoas foram presas por incêndios provocados no estado.
Os biomas mais atingidos incluem o Cerrado e o Pantanal, com o Centro-Oeste em alerta. No Mato Grosso do Sul, as queimadas já devastaram cerca de 2 milhões de hectares. A coordenadora técnica do estudo, Vera Arruda, destacou que o Cerrado, especialmente vulnerável durante a estiagem, registrou a maior extensão de queimadas dos últimos seis anos, afetando a qualidade do ar nas cidades.
A Amazônia também sofreu com 2 milhões de hectares queimados, principalmente nos estados do Mato Grosso e Pará. O Pampa, no Rio Grande do Sul, foi o único bioma que não apresentou aumento nas queimadas.