O Brasil registrou quase 1,5 milhão de mortes em 2024. O número representa um crescimento de 4,6% na comparação com 2023, sendo o maior aumento anual dos últimos 20 anos, excluindo-se o período da pandemia de covid-19. A taxa de 4,6% superou todas as altas não pandêmicas, que não haviam ultrapassado 3,5%.
Segundo a Agência Brasil, os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto coletou as informações em mais de 8 mil cartórios.
| Ano | Número de Mortes (em milhões) |
| 2019 (Pré-pandemia) | 1,3 milhão |
| 2024 | 1,5 milhão |
Envelhecimento e causas de morte
A demógrafa Cintia Simoes Agostinho explicou que o aumento no número de mortes é um comportamento esperado e está diretamente ligado ao crescimento e envelhecimento da população brasileira. “Onde ocorrem mais óbitos? Nas pessoas mais velhas. Então, o que a gente espera daqui para frente é um aumento do número de óbitos, porque a população vai envelhecendo,” afirmou.
A gerente da pesquisa, Klivia Brayner, lembrou que, de forma geral, as doenças circulatórias (como infarto) costumam ser as maiores causadoras de óbitos no país. Ela chamou a atenção para o Distrito Federal, onde o número de mortes cresceu 11,6% de 2023 para 2024, citando o aumento de óbitos por causas de dengue.
Sobremortalidade masculina
O levantamento do IBGE aponta uma disparidade entre os sexos:
Nascimentos: Nascem 105 meninos para cada 100 meninas.
Mortes: Morrem 120 homens para cada 100 mortes de mulheres.
A sobremortalidade masculina é acentuada por causas não naturais (assassinatos, suicídios, acidentes). O número de óbitos não naturais entre homens (85,2 mil) foi 4,7 vezes maior que entre mulheres (18 mil). Na faixa etária de 15 a 29 anos, essa diferença chega a ser 7,7 vezes maior.












