O verão não exige cuidados apenas com a pele e a hidratação básica; a estação traz um aumento significativo no risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo o neurocirurgião Orlando Maia, do Hospital Quali Ipanema, o número de atendimentos chega a dobrar nesta época do ano.
De acordo com a Agência Brasil, o principal vilão é a desidratação. Quando o corpo perde água, o sangue fica mais espesso e concentrado, o que facilita a formação de coágulos. Como o AVC está diretamente ligado à interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro por coágulos (isquêmico) ou rompimento de vasos (hemorrágico), o calor extremo torna-se um fator de risco crítico.
Por que o risco aumenta no calor?
Uma combinação de fatores fisiológicos e comportamentais explica o pico de casos:
Vasodilatação e Pressão Baixa: O corpo dilata os vasos para compensar o calor, o que derruba a pressão arterial. Isso pode gerar arritmias cardíacas, favorecendo coágulos que saem do coração e vão direto para o cérebro.
Consumo de Álcool: Comum em férias e festas, o álcool acelera a desidratação e potencializa arritmias.
Negligência com Remédios: O relaxamento das férias faz com que muitos pacientes esqueçam medicações de controle de pressão.
Doenças de Verão: Quadros de gastroenterite (que causam diarreia) e insolação agravam severamente a perda de líquidos.
Fique atento aos sinais: o tempo é cérebro
O AVC é uma emergência médica onde cada minuto conta. Identificar os sintomas rapidamente pode evitar sequelas graves ou morte.
Os principais sintomas são:
Paralisia súbita: Perda de força em um braço, perna ou um lado do corpo.
Fala enrolada: Dificuldade para articular palavras ou compreender o que é dito.
Alteração visual: Perda súbita de visão em um ou ambos os olhos.
Tontura extrema: Perda de equilíbrio ou coordenação de forma abrupta.
Prevenção e tratamento moderno
A boa notícia é que o AVC pode ser prevenido com hábitos saudáveis: exercícios regulares, controle da pressão, não fumar e hidratação constante.
Caso ocorra, existem tratamentos eficazes se o paciente chegar rápido ao hospital:
Trombolítico (Remédio na veia): Deve ser aplicado em até 4 horas e meia após o início dos sintomas para dissolver o coágulo.
Cateterismo (Trombectomia): Um “desentupidor” inserido via cateter que aspira o coágulo. Em casos selecionados, pode ser feito em até 24 horas.












