O comércio varejista de Santa Catarina cresceu 6,8% no índice acumulado do ano e fechou o primeiro trimestre de 2022 com expansão no volume de vendas. O resultado ficou acima da média nacional, que foi de 1,1% no mesmo período.
Os números constam no informativo do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) divulgado nesta sexta-feira (10).
O artigo é produzido a partir dos dados da Pesquisa Mensal do Comércio realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em março de 2022.
Comparando março com o mês anterior, o Estado registrou expansão de 0,1%, abaixo do resultado nacional, que foi de 0,7%.
Na comparação entre março deste ano e março de 2021, o comércio varejista obteve expansão expressiva de 8,2% em Santa Catarina, maior que o resultado nacional (4,5) e o nono melhor resultado entre os Estados do país.
Entre os dez setores pesquisados, sete apresentaram expansão de um ano para o outro, com destaque para: livros, jornais, revistas e papelaria (28,4%), tecidos, vestuário e calçados (20,3%) e veículos, motos, partes e peças (20,3%).
Por outro lado, três setores apresentaram saldo negativo na mesma comparação, sendo eles: móveis e eletrodomésticos (-1,3%), hipermercados e supermercados (-0,7%) e material de construção (-0,4%).
A atividade de material de construção, segundo a pesquisa, apresentou saldo negativo pelo quarto mês consecutivo no Estado, entre dezembro de 2021 e março deste ano. Já o setor de livros, jornais, revistas e papelaria registrou a maior expansão no primeiro trimestre no Estado e no país.
Necat projeta avanço
O artigo do Necat, assinado pelo bolsista Guilherme Ronchi Razzini, considera que após o país registrar crescimento de 1,1% no comércio varejista nos primeiros três meses deste ano, é possível concluir que o setor ainda está em patamares baixos, com ínfima expansão em relação ao primeiro trimestre de 2021.
“Isso demonstra que a atividade comercial continua a patinar na capacidade de se recuperar dos efeitos das mudanças no padrão de consumo e do péssimo cenário macroeconômico nacional. Apesar da perda do poder de compra e da corrosão da renda, o segundo trimestre de 2022 deve ter bons resultados, melhores que os do primeiro trimestre”, projeta o texto.
Ainda de acordo com o documento, o avanço deve ocorrer devido à injeção de recursos do governo federal que deve alimentar o consumo, como a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas, saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do Auxílio Brasil.
Por outro lado, a inflação persistente e a escalada das taxas de juros devem frear o otimismo do setor, conforme o autor. “São problemas enfrentados por toda a economia e que vem desestabilizando os setores de serviços e indústria”, aponta.
Além do mais, outro problema pode afetar o desempenho do setor: a desorganização da cadeia produtiva com o conflito no Leste europeu pode trazer nova aceleração dos preços e intensificar a perda do poder de compra da população.