A 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, reuniu representantes do governo, sociedade civil e empresariado nesta quinta-feira (4) no Palácio Itamaraty. O órgão, reativado em 2023, reforçou seu papel de diálogo plural para a formulação de políticas públicas estratégicas.
De acordo com a Agência Brasil, os representantes entregaram ao presidente Lula o documento Pilares de um Projeto de Nação, com metas estratégicas de desenvolvimento construídas a partir da Estratégia Brasil 2050.
O secretário-executivo do Conselhão, Olavo Noleto, destacou a riqueza da diversidade do diálogo: “Os diferentes estão aqui [no Conselhão], o que é uma riqueza. Porque, no Brasil em que as diferenças são disputadas a tapa, aqui a gente está provando que as diferenças são possíveis,” refletiu.
IR, emprego e a menor desigualdade
O encontro foi marcado pela celebração dos resultados sociais, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução recorde da desigualdade.
A vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Mônica Veloso, ressaltou o impacto da política de valorização do salário mínimo e da correção da tabela do IR. “Estamos falando de uma economia de cerca de 83% de um salário, o que é, praticamente, um 14° salário a mais. Serão 28 bilhões a mais de recursos nas mãos dos trabalhadores. Isso significa renda, consumo e mais empregos,” disse. Ela concluiu que o país saiu do Mapa da Fome pela segunda vez.
Mônica Veloso, no entanto, cobrou foco nos aposentados e o fim da escala 6×1: “Tempo livre dinamiza a economia.”
A empresária Luiza Trajano comemorou a redução da taxa de desemprego e a recente regulação das bets. “Vamos parar de falar mal do Brasil. Vamos destacar o que nós temos de bom e valorizar o que é nosso. E defendo e acredito profundamente no Brasil, nós temos absolutamente tudo para construir um 2026 mais forte, mais justo e soberano.” Ela criticou a alta taxa de juros e convocou empresários a criar um movimento de combate à violência contra as mulheres.
Segurança, IA e a economia da favela
Segurança Pública: O cofundador da CUFA, Preto Zezé, defendeu a renovação do repertório de discussões sobre segurança pública, criticando a redução do debate a “munição efetiva, polícia e viatura”. “A favela produz uma economia de R$ 312 bilhões e que passa ao largo do Estado. Quando o Estado chega próximo desse ambiente econômico desregulado, muitas vezes, atrapalha ou é visto como um inimigo, quando na verdade as pessoas precisam de políticas públicas nesses territórios,” frisou.
Tecnologia: A cientista de computação Nina da Hora defendeu a soberania digital tecnológica do Brasil, com investimentos em softwares e soluções nacionais e em universidades públicas, como forma de gerar empregos de qualidade.
Saúde e Inclusão: O ativista Ivan Baron cobrou a inclusão das pessoas com deficiência no orçamento público e a prevenção de cortes no BPC (Benefício de Prestação Continuada).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, usou uma analogia para comparar a gestão econômica brasileira à da Argentina. “Não precisamos de uma serra elétrica para corrigir os nossos desequilíbrios. Mas de uma chave de fenda. Se nos tirarem a chave de fenda, vai ser difícil parafusar com à mão. Mas, a gente, com diálogo, vai continuar prosperando,” afirmou Haddad. Ele previu que a inflação será a menor da história.












