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Crônica | A escravidão negra no Brasil | Luiz Llantada

A escravidão negra no Brasil

Ontem, 13 de maio, celebrou-se a “Abolição da Escravatura no Brasil”, em 1888. Abordemos o assunto para que atrocidades como esta jamais se repitam. Por que escravidão “negra”? Porque houve também a escravidão “vermelha”, que era a dos índios. Esta não foi tão intensa e sofrida como a dos nossos irmãos negros, oriundos da África. A escravidão sempre existiu entre todas as raças (negros, brancos, amarelos e vermelhos). Os povos guerreavam entre si e o vencedor se apropriava dos despojos do vencido, inclusive de criaturas humanas, que eram escravizadas.

Com a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, diante da infinita quantidade de riquezas naturais encontradas, surgiu um problema: Como explorar tantos bens em um território tão vasto? Portugal contava na época com apenas 1.300.000 habitantes. A maioria já envolvida com viagens ao Oriente (China e Índia). Não havia mão-de-obra disponível para vir trabalhar no Brasil. A primeira alternativa foi utilizar os índios. Mas estes não se adaptaram ao trabalho escravo. Estavam acostumados com a liberdade e a abundância de alimentos que havia. E mais, os padres Jesuítas que vieram catequizá-los os protegiam, e não admitiam que fossem escravizados. Restou então trazer os nativos da África.

Os árabes e os próprios africanos entre si já praticavam a “caça” e o comércio de escravos da África há muito tempo. Os brancos não ingressavam na selva, pois tinham medo. Apenas iam buscá-los no litoral. Entre 1490 e 1900, cerca de 11 milhões de africanos foram trazidos para as Américas, sendo 5 milhões para o Brasil. Todos eram selvagens e analfabetos. Muitos moravam até em árvores, para melhor se proteger dos perigos (ver “A Conquista da Terra”, de Wilhelm Treue, Editora Globo, ano 1945, pág. 154). Homens, mulheres e crianças cruzaram o Atlântico em condições desumanas. Muitos morreram de fome, sede, doenças e pelo calor sufocante dos porões dos navios negreiros (leiam poesias de Castro Alves).

Nos destinos continuavam sendo tratados de forma desumana e cruel. A Igreja Católica fazia “vistas grossas”, pois havia o famigerado acordo “Padroado Real”. A Igreja ganhava exclusividade na pregação do Evangelho, mais o apoio econômico da Coroa Portuguesa para construção e manutenção de templos. Assim, ela não se “intrometia” na questão dos escravos. Aliás, muitos padres tinham escravos. A Bíblia nunca condenou a escravidão. Com o advento do Iluminismo, passou-se a condená-la. Em 1845, a Inglaterra mandou que a Marinha Real abordasse navios que transportassem escravos. No Brasil, a Lei Eusébio de Queirós (1850) proibiu o seu tráfico. A Lei do Ventre Livre (1871) estabeleceu que toda criança nascida de escrava seria livre. A Lei dos Sexagenários liberou todo escravo com mais de 65 anos. Em 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea abolindo a escravidão.

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