Na ânsia de sermos felizes, nos preocupamos com a saúde, dinheiro e a beleza física. Fazemos de tudo para consegui-los e conservá-los, através da alimentação, exercícios físicos e até cirurgias corretivas, por que não? Estudamos e trabalhamos muito para isso. E quando conseguimos achamos que temos tudo. O resto viria ao natural. Será? Ledo engano. Não é só o corpo são e a mente sã que nos farão plenamente felizes. Falta o emocional.
É importante que o nosso estado emocional seja sadio, dentro do possível, claro. Ele está intimamente ligado ao grau de sensibilidade de cada pessoa. Sabemos que as pessoas são diferentes entre si. Que bom. Viva as diferenças! Não falemos das características físicas, que aqui não é o caso. Estamos falando de sentimento. Da capacidade individual de sentir emoções com maior ou menor intensidade diante de determinadas situações.
Aos nascer trazemos características físicas e mentais que herdamos de nossos pais e demais ascendentes. É com o decorrer do tempo, com o nosso desenvolvimento físico e mental, observando tudo que está à nossa volta, que vamos nos formando num determinado tipo de adulto. Através da educação recebida em casa, na comunidade, nas escolas, nas religiões e na cultura em geral moldamos um tipo de mentalidade que formará a nossa personalidade.
Como as pessoas são diferentes, é fácil de concluir que cada uma nasce com grau de sensibilidade personalíssimo. Ter pouca sensibilidade faz com que o indivíduo seja indiferente, frio, ou cometa maldades com animais ou pessoas. Por exemplo: cativar uma pessoa e depois desprezá-la sem motivo, demonstra que o indivíduo é insensível. Ele não tem culpa disso, porque nasceu com essa deficiência e ela não foi aprimorada pela educação familiar, intelectual, religiosa ou cultural. Dentro desta última estão as artes, que vêm as ser a música, o teatro, o cinema e a literatura, dentro da qual está a poesia.
Tem gente que acha que poesia é frescura. Ela, porém, é um excelente exercício para aprimorar a sensibilidade de alguém. O poeta explora o campo da emoção. Esta age entre a realidade e a imaginação. O real e o irreal. A lucidez e a loucura. Quem se dedicar à poesia não pode ter medo de parecer ridículo. De rir ou de chorar por nada, ou por tudo. Poesia não tem regras. Não exige rimas, metro, ou palavras sofisticadas. A essência da poesia é a simplicidade. Pureza de sentimento. Inocência. Ingenuidade. Magia. O poeta tem o poder de, quando a realidade lhe é insuportável, fugir para o mundo da fantasia. E lá se refugiar. Por ser sensível não faz mal a ninguém. Conhece bem e se sensibiliza com o peso do sofrimento humano.