O Poeta delirante
No dia 14 de março, celebrou-se o nascimento do maior poeta brasileiro de todos os tempos, Castro Alves, ocorrido em 1847. Falecido em 1871. Como tantos outros daquela época, morreu jovem, com 24 anos. Isso era comum porque eram notívagos, mulherengos, bebiam e fumavam muito. Ele nasceu na Bahia, numa cidade que se chamava Curralinho. Após a sua morte, passou a ser “Castro Alves”.
Foi morar em Recife, em 1862 com a intenção de ingressar na Faculdade de Direito. No ano seguinte passou a apresentar os primeiros sintomas de tuberculose. Naqueles tempos essa doença era fatal, pois ainda não fora descoberta a penicilina. Acometido dessa grave enfermidade, ele escreveu um dos poemas mais pungentes da poesia mundial: “Mocidade e Morte”. Presta atenção para um de seus versos:
Morrer… Quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas
Não! O seio da amante é um lago virgem…
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! Formosa mulher – camélia pálida,
Que banhou de pranto as alvoradas.
Minha alma é a borboleta que espaneja
O pó das asas lúcidas douradas…
É um grito desesperado de um jovem sensível, apaixonado e louco de desejos pela sua amada, consciente de que morreria em breve. Castro Alves se notabilizou como um intelectual de protesto contra a escravatura que havia no Brasil. Por isso ficou conhecido como o “Poeta dos Escravos”, ao criar dois poemas dramáticos sobre o tema: “Espumas Flutuantes” e “Navio Negreiro”. Não posso deixar de citar uma passagem deste último:
E existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e covardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de Bacante fria!…
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta
Que impudente na gávea tripudia?!…
Silêncio!… Musa! Chora tanto,
Que o pavilhão se lave no teu pranto…
Procura saber mais sobre ele outros poetas e, também, incentivar os teus filhos e netos a que façam o mesmo. Jamais te arrependerás disso. A poesia torna as pessoas mais ternas, cultas e sentimentais, o que faria o nosso Mundo melhor.