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Crônica | Eu e os livros | Luiz Llantada

Eu e os livros

Hoje, 23 de abril, é comemorado o “Dia Internacional do Livro”, que teve origem na Catalunha(Espanha). Foi escolhida esta data em homenagem ao grande escritor espanhol Miguel de Cervantes, autor da obra prima “Dom Quixote”, falecido nesse dia, em 1616. Eu aproveito esta oportunidade para narrar aos meus queridos leitores como nasceu e se criou a minha grande paixão pelos livros.

Comecei olhando histórias em quadrinhos, com cinco anos. Nós guris da década de 50 do Século XX chamávamos de “gibi”. Eu mais admirava eram as figuras, mas, vendo-as, eu ficava curioso para saber o que estava escrito dentro daqueles “balões” sobre suas cabeças, pois ainda não sabia ler. Foi assim que iniciei na literatura, juntando imagens com textos. Quando comecei a ver filmes, a maioria deles era produção americana, portanto, legendados. Isto me obrigou a aprender a ler com velocidade. O que muito me ajudou depois com os livros.

Daí eu passei a ler textos corridos. Aos dez anos conheci uma revista mensal denominada “Seleções”. Era uma espécie de almanaque, que trazia crônicas, contos e livros resumidos. Eram textos curtos e escritos numa linguagem simples, de fácil compreensão. Aos doze anos, fui trabalhar no Sindicato dos Comerciários, em Porto Alegre. Para sorte minha, lá havia uma biblioteca. Foi quando conheci livros de verdade, de bons autores e até clássicos. Como eu já vinha de um bom condicionamento com leituras mais simples, não me foi difícil gostar de obras de melhor qualidade e de textos mais longos. Fiquei fascinado.

Aliás, vocês já notaram que eu me fascino com facilidade… Por tudo. Isto me ocorre porque eu tenho uma imaginação muito fértil. E aqui está o âmago da questão de gostar de ler, ou não. Só gostará de ler o indivíduo dotado de muita sensibilidade e imaginação fértil, pois, é muito difícil alguém extrair sentimento e emoção de um aglomerado de letrinhas impressas sobre um papel. A bem da verdade, o cara tem que ser meio, ou completamente, louco… Como eu. Fiquei viciado. Já li “toneladas” de livros. Outro detalhe que muito me ajudou nesta área foi a insônia. Eu não sofro dela, eu tenho prazer em tê-la, pois foram nas madrugadas que eu li muito na minha vida. Desde adolescente sou assim, e não me queixo, porque nessas horas não tem barulho nem circulação de pessoas.

Eu acho difícil que as crianças e adolescentes de hoje venham a gostar muito de ler. Atualmente existem melhores e mais agradáveis opções de entretenimento. Não de cultura. É triste, mas é realidade. O livro morreu, ou está agonizando na UTI. Alguns leitores sobreviventes, teimosos, como eu, ainda insistem em ler. O que espero fazer até morrer. O livro ou o autor preferido é uma questão de gosto. Mas só adquire-se gosto mais refinado com a prática. Ler exige conhecimento do significado das palavras (vocabulário) e capacidade de interpretação (Hermenêutica). Alguns livros eu só consegui ler graças aos dicionários.

Não saio daqui sem te recomendar o melhor livro que li na vida: “Os Miseráveis”, do escritor francês Victor Hugo. Não te permitas morrer sem lê-lo

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