Mais uma volta em torno do Sol
Estamos no limiar de um novo ano. É um recomeço. Uma nova oportunidade que todos nós temos de retomar o rumo, evitando a repetição de erros. Ajustarmos as velas e seguirmos navegando pelos mares da vida, às vezes em águas calmas, noutras em águas turbulentas, mas sempre navegando. Sem parar. “Navegar é preciso, viver não é preciso”, dizia a velha sabedoria dos antigos navegadores lusos.
Dia 01 de janeiro de 2022 a Terra iniciará mais uma volta em torno do Sol. É o movimento de Translação. Na velocidade média de 107.000 km/hora, ela levará 365 dias, 5 horas e 48 minutos para completá-la. Então façamos uma autoanálise para sabermos se estamos bem preparados para enfrentar mais esta jornada. Encararmos os perigos desta vida. Viver é por demais perigoso. Basta a gente saber que só morre quem está vivo. E a maldade humana não tem limites. Ainda que a morte seja inevitável, não precisamos correr para abraçá-la. Quanto mais distante ela estiver de nós melhor.
Mas não basta estarmos vivos. É necessário também que sejamos felizes. Este é o objetivo maior da nossa vida. Mas a felicidade não cai do Céu. Pode, é claro, num momento de sorte, alguém ser beneficiado por um acontecimento aleatório que o faça feliz. Fora disso precisamos trabalhar muito para conquistar e manter esse tão desejado estado de espírito.
Portanto, nós devemos estar preparados para correr atrás dela. O primeiro cuidado que devemos ter, evidentemente, é com a nossa saúde, o nosso corpo. A boa higiene pessoal e a boa apresentação são indispensáveis, no sentido de que apresentemos uma imagem agradável às demais pessoas. Temos que cuidar muito e sempre aprimorarmos o nosso caráter. Exercitarmos constantemente a nossa inteligência, intelectualidade e filosofia de vida. Temos que ter sempre bem claro o que queremos da vida, estabelecendo metas e trabalhando para atingi-las. Precisamos ter consciência da nossa realidade e da nossa fragilidade. Aceitarmos com naturalidade a velhice e a morte.
Para evitamos tristezas é bom não sonharmos alto demais, querer pessoas ou bens que estão muito acima das nossas condições pessoais, ou que simplesmente não nos querem. É um erro fatal amarmos quem não nos ama. Este sentimento, aliás, não é amor, mas obsessão, e obsessão é doença.
Deixemos que os nossos aborrecimentos tenham origem apenas daquilo que não podemos evitar. Atenção também àqueles que a tua inteligência e intuição irão te alertar. Acredite: – Fora da nossa realidade física, material, existe algo infinitamente maior ao qual podes dar o nome que quiseres, inclusive Deus, por que não? Mas respeite-o pois, mais cedo ou mais tarde, serás cobrado.