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ColunistasCrônica | Me deu um branco | Luiz Llantada

Crônica | Me deu um branco | Luiz Llantada

 

Aproveitemos estes momentos de clausura, em virtude da pandemia, para conversarmos algo de bom e útil. Fazendo coisas que nos dê prazer, a fim de afugentarmos pensamentos melancólicos. Sugiro então a alguns amigos que se queixam de que têm dificuldade ou pânico para falar em público, inclusive em programas de rádios. Alguns também sentem o mesmo ao tentar escrever para jornais ou um livro. Dizem-me: – “Me dá um branco”.

Cada pessoa nasce com dom de criar ou executar alguma coisa, ou várias, com habilidade e facilidade. Quando, porém, é chamada a fazer algo a que não esteja habituada e para a qual não tenha dom, sente extrema dificuldade, mal-estar, enfim, pânico. O coração dispara, as mãos suam, o raciocínio bloqueia e as palavras não vêm. Deu um branco! Por que isso acontece? Porque o indivíduo, além de não ter aptidão inata, não está preparado para tal mister.

Vejamos o caso de um especialista. Ele executa bem, com competência, tranquilidade e habilidade a sua função, seja qual for: médico, músico, pintor, atleta ou pedreiro, isto porque estudou, treinou e praticou muito. Todos nós podemos e devemos fazer o mesmo para executar atividades com as quais não estejamos familiarizados, não tenhamos prática. Não para sermos profissionais ou especialistas, mas para desempenharmos bem, ou razoavelmente, com espontaneidade, aquilo que formos chamados a fazer.

No caso a que me propus, falar ou escrever para uma pluralidade de pessoas é simples. Basta querer. A base de tudo é a leitura. Muita leitura. Procurar ler bons livros, prestando atenção não só para o conteúdo do texto, mas também a forma como o autor escreveu. Nem todos bons escritores sabiam se expressar corretamente. Muitos, alguns até famosos, não dominavam bem o seu idioma. Os jornais e as editoras para os quais eles trabalhavam entregavam essa tarefa para os revisores corrigirem gramaticalmente seus trabalhos.

Escrever é mais fácil porque o escritor tem tempo para rever o texto, pensar, consultar o dicionário e corrigir. O mais difícil é falar em público, ou para o público. Porque este ato é instantâneo. Pensou, tem que transformar imediatamente seu pensamento em palavras. Aí “a porca torce o rabo”. Muitas vezes a ideia vem, mas o orador não acha palavras para expressá-la. E por que não acha? Porque não as tem na sua “caixa de ferramentas”, que é o seu cérebro.

Para ter-se vocabulário variado sempre à mão é necessário conhecer as palavras. Saber bem como se as escreve e pronuncia. Para isso é bom decorá-las como um verso, música ou poesia. Procurar decorar frases e textos inteligentes. Pegar um caderno e uma caneta e escrevê-las várias vezes. Depois recitá-las em voz alta. Tantas vezes quanto preciso for. Experimenta.

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