Revolução Militar de 1964
Em 1935 aconteceu no Rio de Janeiro a “Intentona Comunista”, uma revolução armada contra o governo Getúlio Vargas, por um grupo de militares, com apoio do Partido Comunista Brasileiro, de Luís Carlos Prestes e da própria Rússia (v. Olga Benário). Morreram mais de cem militares. Alguns até teriam sido executados dormindo. Desde então o socialismo/comunismo tem sido repelido pelas Forças Armadas e pela maioria do povo brasileiro.
Jânio Quadros foi eleito e renunciou em 1961. Deveria substituí-lo seu vice, João Goulart. Este encontrava-se na China Comunista. Os militares, acusando Jango de ser comunista, impediram-no de assumir. Isto provocou o “Movimento da Legalidade”, liderado por Leonel Brizola, seu cunhado. Houve então um acordo e foi criado o regime parlamentarista, com a promessa de que haveria um plebiscito no futuro. Jango assumiu como presidente, mas apenas como Chefe-de-Estado. “Governava, mas não mandava”.
Em 1963, houve o plebiscito e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart assumiu, então, a presidência. Durante seu governo tornaram-se aparentes vários problemas estruturais e econômicos na política brasileira, acumulados desde o suicídio de Getúlio Vargas (1954) e pelas disputas de natureza internacional, no âmbito da “Guerra Fria”.
Em 13.03.1964, aconteceu o “Comício da Central do Brasil” no RJ. Jango decretou a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e a desapropriação, para fins de reforma agrária, de propriedades às margens de ferrovias e rodovias. Brizola sugeriu o fechamento do Congresso Nacional e a instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte, também integrada por camponeses, operários e sargentos.
A oposição militar e popular ao governo cresceu. Em 25.03.1964 houve a rebelião dos marinheiros, amotinados no Sindicato dos Metalúrgicos do RJ. Fuzileiros navais, enviados ao local para prender os rebeldes, aderiram à revolta. A quebra da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas foi um fator decisivo para o golpe militar, o que ocorreu com o apoio dos setores conservadores da sociedade civil e do alto clero da Igreja Católica (vide “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”). Tudo com o apoio dos Estados Unidos, ao temor de que o Brasil viesse a se transformar numa ditadura comunista como era e ainda é Cuba.
O Brasil passou a viver momentos conturbados. Greves, passeatas, “quebra-quebras”, inflação alta e falta de alimentos. As Forças Armadas resolveram intervir, assumindo o poder em 31 de março de 1964. Ocorreu intensa repressão, a fim de efetivar o Governo Militar. Houve reação, claro. Estudantes, sindicalistas, militantes e simpatizantes de esquerda, inclusive com o apoio militar de Cuba, cometeram vários atos violentos, como assaltos a bancos, sequestro de diplomatas e luta armada. Havia violência de ambas as partes. O Governo Militar consolidou-se por 20 anos, até que decidiu devolver pacificamente o poder à Sociedade Civil. Não havia santo de nenhum lado. Nas guerras não existem santos. Ah! Em 1964 eu era soldado do Exército.