Nessa semana ministrei um curso, chamado “Como salvar sua aula remota”, no qual sugeri práticas com 10 ferramentas online diferentes, para dinamizar e engajar as classes que estão acontecendo de forma online.
Qual não foi a minha surpresa ao perceber que a maioria dos colegas já tinham ouvido falar em pelo menos metade das ferramentas sugeridas. Eu poderia ter ficado decepcionada, por não trazer a última novidade em matéria de tecnologia da educação ou de metodologias para aulas remotas. Mas o que eu senti foi um alívio.
Um quentinho no coração ao saber que a maioria das pessoas que atuam na educação estão familiarizadas, ainda que minimamente, com muitas das possibilidades de utilização da internet para as aulas.
Antes de preparar o curso eu conversei com colegas, educadoras e educadores das mais variadas redes e etapas de ensino. E o que mais me marcou em todas essas conversas foi a busca por aprimoramento autônomo dos professores, e o cansaço.
Muitas escolas e redes de ensino se deslocaram em tempo recorde para a educação remota, promovendo formações express e por vezes superficiais aos docentes. Meus colegas se viram em meio a uma pandemia, com muito trabalho e muitas, muitas dúvidas. E é aí que a coisa mais bonita aconteceu. Uma verdadeira explosão de tutoriais, vídeos, manuais, das mais variadas ferramentas e possibilidades de aplicação na educação remota.
E os educadores se jogaram! Webinar, curso, formação, grupo de estudos, perfil no Instagram (como o meu @minhacolegaprofessora) se tornaram parte da rotina do trabalho de casa da maioria dos professores.
Além de cuidar da casa, da saúde física e mental nesse isolamento, houve uma verdadeira pós-graduação em tecnologia educacional e metodologias para ensino remoto autodirigidos de dar inveja a qualquer CEO!
Segundo pesquisa do Instituto Península, 60% dos professores indicam estarem usando seu tempo para estudar e se aprimorar. Isso prova, entre outras coisas, que o professor não só dá certo, como resolve na linha de frente o que deveria ser resolvido por outras esferas da educação.
Só que isso teve um custo. Segundo essa mesma pesquisa, de 70% dos docentes já precisou mudar muito ou totalmente suas rotinas pessoais e profissionais. E é aí que entra o esgotamento. Não conheço um colega que não esteja sempre cansado. Que não tenha abdicado de momentos de lazer e descanso para fazer o melhor possível nas atuais condições.
Então eu te peço, colega, se permita fazer um pouquinho menos. Você tem feito um trabalho incrível até aqui. Não ouça determinados impropérios desinformados. Então eu te peço, familiar responsável ou aluno, prepare um agradecimento aos professores, que na semana que vem terão seu dia, 15, provavelmente preparando ou ministrando as suas aulas.