Vivendo o sentido da Páscoa, mesmo na quarentena

Neste ano, a Páscoa — feriado religioso que celebra a ressurreição de Jesus Cristo —, será celebrada no próximo domingo (12), em meio à pandemia mundial de coronavírus. No entanto, mesmo com o isolamento social, é importante não deixar a data passar em branco. Especialistas recomendam que precisamos lembrar que a quarentena não é uma prisão. Estamos tentando evitar um colapso no sistema de saúde. E, apesar da aflição com a saúde e a economia, sim, as famílias precisam celebrar essas datas e manter os seus rituais, seja na Páscoa, aniversários ou qualquer outra data comemorativa, mesmo que de forma adaptada por conta da pandemia. E ainda, segundo eles, as crianças tem maturidade e criatividade para lidar com essas situações.

Amanhã (10) é Sexta-feira Santa, uma das celebrações da Páscoa. Mas, afinal, o que é, o que representa e como surgiu essa festa? Em resumo, a Páscoa mais conhecida é a celebração da igreja cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo, com origem nas tradições judaicas. As comemorações começam na “Sexta-feira Santa”, quando é relembrada a crucificação de Jesus, e são encerradas no domingo, com a celebração da ressurreição e o reaparecimento aos seus discípulos.

O dia da Páscoa foi estabelecido por decreto do Primeiro Concílio de Nicéia, realizado em 325 d.C, devendo ser celebrado sempre no domingo após a primeira lua cheia do equinócio da primavera, no Hemisfério Norte, e outono, no Hemisfério Sul – nosso caso. Por isso, normalmente ocorre entre os dias 22 de março e 25 de abril. Diferente do Natal, a Páscoa, mesmo celebrada em diversos países, diferencia-se na forma, nos cultos e simbolismos culturais, que variam bastante de um povo para outro.

A Páscoa original adquiriu novo significado com Cristo

O termo Páscoa surgiu a partir da palavra hebraica “pessach”, que significa “passagem”. Para os israelitas mencionados na Bíblia, significava o fim da escravidão no Egito e o início da libertação do povo (marcada pela travessia do Mar Vermelho, que foi aberto para a “passagem” dos ex-escravos, liderados por Moisés em direção a uma terra prometida). A narração está no capítulo 14 do livro Êxodo, na Bíblia. Essa é a Páscoa que deu origem ao evento que o cristianismo celebra hoje. Claro que, a partir da obra de Jesus Cristo, o foco central da festividade se tornou o próprio salvador.

Hoje, para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida eterna, ou seja, a ressurreição.

O padre Ricardo Nienov, de 37 anos, destaca o novo significado da Páscoa após a vinda de Jesus. “Antigamente, esse tempo era separado para lembrar a maravilha que foi ser liberto da escravidão no Egito. Com a entrega de Cristo na cruz, passamos a comemorar a possibilidade de sermos livres da escravidão do pecado, vivendo uma nova vida com Jesus”, acrescenta.

Na Bíblia

Deus deu instruções de como os israelitas deveriam celebrar a primeira Páscoa, ainda em território egípcio. A Bíblia dá alguns detalhes. Vale lembrar que, como Jesus era descente de judeus, participou desta cultura.

Sacrifício: No dia 10 de abibe (mês judaico que equivale a um período entre março e abril do calendário romano), as famílias escolhiam um cordeiro (ou cabrito) de um ano de idade, que seria abatido no dia 14 do mesmo mês. Na primeira Páscoa, os judeus passaram um pouco do sangue do animal nas laterais e na viga superior da entrada de suas casas, assaram o animal inteiro e o comeram. Referência: Êxodo 12:3-9.

Refeição: Além do cordeiro (ou cabrito), os israelitas comiam pão sem fermento e ervas amargas. Referência: Êxodo 12:8.

Festa: Logo depois da Páscoa, os israelitas celebravam a Festividade dos Pães sem Fermento por sete dias. Durante esse tempo, eles não podiam comer pão com fermento. Referência: Êxodo 12.17 a 20 e 2 Crônicas 30.21.

Cultura: Os pais aproveitavam a Páscoa para ensinar seus filhos sobre Deus e sua aliança com a nação de Israel. Referência: Êxodo 12:25-27.

Viagens: Tempos depois, os israelitas viajavam até Jerusalém para celebrar a Páscoa, já que o local passou a ser considerado santo por ser onde a arca da aliança e o templo ficavam. Referência: Deuteronômio 16.5 a 7 e Lucas 2.41.

Araranguá – Santuário Mãe dos Homens

Padre Maxssuél informa que todas as Missas, desde o Domingo de Ramos até a Celebração de Páscoa do Senhor, no domingo, 12, serão privadas, mas, o Santuário de forma simbólica contará com a presença do povo. Até à tarde desta quinta-feira, mais de 700 fotos já foram recebidas. “Os irmãos que tiverem interesse podem nos enviar uma foto de sua família e as colocaremos em todos os bancos. É um gesto simples, mas que nos leva a reflexão profunda da importância da fé, da vida em comunidade, da comunhão com Deus e com os irmãos. Temos mais de 700 fotografias impressas e que serão colocadas nos bancos de nosso Santuário”.

Todos estarão unidos em oração, explica o padre. “Todos nós estamos cobertos pelo manto de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Neste período difícil nos mantenhamos unidos por meio da cruz, da oração e do altar”, conclui.

Hoje (09), às 20h, haverá missa da Ceia do Senhor sem o Rito de Lava-pés. Amanhã, Sexta-Feira Santa, às 10, Vigília Eucarística, às 15h, celebração Litúrgica Solene da Paixão do Senhor e às 20h, momento Penitencial com a imagem de Nosso Senhor Morto. No sábado, às 19h, celebração do Sábado de Aleluia com a Vigília Pascal e no domingo, 8h e 19h, missa de Páscoa da Ressurreição do Senhor.

Sombrio – Paróquia Santo Antônio e Balneário Gaivota – Pastoral Nossa Senhora Auxiliadora

Em Sombrio e Balneário Gaivota, o padre Giovane Souza sugere que as famílias preparem um lugar de oração em casa, e escolham um horário para assistirem juntos as celebrações, via rádio, TV ou redes sociais.

Há, para cada dia, um símbolo escolhido:

Quinta-feira: uma vasilha ou jarra de água, para ser abençoada;

Sexta-feira: uma cruz no portão ou na porta;

Sábado: a Bíblia, e acender uma vela na hora da vigília;

Domingo: uma toalha ou lenço branco no portão ou na porta.

Na quinta-feira,, haverá missa da Ceia do Senhor, às 19h. Na sexta-feira, às 15h, celebração da Paixão do Senhor, no sábado às 19h, missa da vigília pascal e no domingo, missa de Páscoa, às 9h e às 19h.