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Educação | O alerta que vem dos grupos nas redes | Debora Rada

No início das aulas remotas começaram a surgir grupos de alunos nas redes sociais. E eu fui me infiltrando em alguns deles. Primeiro por curiosidade. Depois percebi o potencial de melhora nas minhas aulas a partir dos feedbacks de alunos de outros professores. Nos grupos há relatos de situações hilárias, desabafos, e muita conversa. E numa dessas conversas surgiu um tema que me deixou um tanto quanto apreensiva sobre o que temos ensinado para as nossas crianças.

 

A postagem era sobre o ENEM, uma enquete sobre ser adiado novamente, uma vez que alguns acreditam que as escolas não oferecem real segurança sanitária para os candidatos. A postagem se seguiu de uma enxurrada de mensagens do tipo: “Já peguei, tô nem aí!”, “Eu sou jovem, não dá nada se eu pegar”, “Azar é de quem tem medo”, “Melhor assim, menos concorrência”.

 

Entendo que hajam opiniões contra e favoráveis a um novo adiamento, a questão que trago a seguir não é esta. Mas sim o que estamos ensinando, que exemplos temos dado para nossas crianças? Onde está a empatia, o senso de comunidade? Criamos competições em um sistema que os leva a ver outro aluno, outro adolescente, como alguém descartável, que pode ser eliminado.

 

Num ano onde muitos tiveram a oportunidade de conviver mais com suas famílias, com suas comunidades mais próximas, num ano em que aproximadamente 10% da população se encontra em algum tipo de luto, a fala dessas crianças se mostra muito sintomática.

 

Recentemente vimos os efeitos desastrosos de grupos em redes sociais pouco empáticos, extremistas e intolerantes lá nos Estados Unidos. Acho que é hora de estarmos alertas para o que pensam nossas crianças. O lado bom é que ainda há tempo. Sempre há tempo para melhorar, para dar o bom exemplo, para estender a mão. O que você pode fazer hoje?

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