As comunidades de Rocinha, Vila Marchesini, Figueira Bordignon e Molha Coco foram as mais afetadas
A noite de 22 de março ficará marcada na cabeça de muitos timbeenses. Era esperada uma chuva moderada conforme dados da Defesa Civil Estadual. No entanto, ao anoitecer foi iniciada a chuva torrencial no município, principalmente nas encostas da serra pertencente à Timbé do Sul: o suficiente para trazer terror aos moradores.
As comunidades de Rocinha, Vila Marchesini, Figueira Bordignon e Molha Coco foram as mais afetadas. Os rios subiram mais de cinco metros, criando rotas alternativas para o escoamento da água. Desta forma, dez pontes foram danificadas nas mais diversas formas, deixando moradores ilhados. Na Vila Marchesini, o rio invadiu casas, ruas, plantações. Os locais não possuíam acesso para contribuir com o atendimento e a noite também trazia a incerteza de como o rio se comportaria, como o aumento de fluxo e famílias afetadas.
A Prefeitura Municipal e Defesa Civil de Timbé do Sul estiveram de prontidão desde o momento da chuva, acompanhando e dando a assistência necessária com a colaboração de todas as Secretarias. Conforme o pluviômetro instalado no Centro do município, choveu 72 milímetros. Contudo, estima-se que a quantidade foi três vezes maior nas encostas. “O barulho era muito forte do rio. Podemos dizer que foi comparada a enxurrada de 1995, mas desta vez não foi somente em uma comunidade, como daquela vez. Decretamos situação de emergência e estamos dando todo o auxílio necessário aos atingidos”, declarou o coordenador da Defesa Civil de Timbé do Sul, Evandro F. Amandio.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação estima, inicialmente, que mais de 50 pessoas foram atingidas diretamente. A equipe já realiza as visitações fazendo o levantamento, dando todo o auxílio humanitário e apoio necessário. Também tiveram pessoas que ficaram ilhadas, dentre elas um senhor acamado, que precisou da assistência do SAER. “Valmir de Oliveira foi resgatado de helicóptero, já que a ponte que dava acesso a moradia foi levada pelo rio e o fluxo da água ainda é bastante alto. Encaminhamos o senhor para o Hospital Santo Antônio de Timbé”, comentou o secretário de Saúde de Timbé do Sul, Vilmar Maffiolette.
Durante o dia foi a vez de ver os prejuízos que a noite não tinha deixado conferir por completo. Plantações derrubadas, casas a serem limpas pela invasão do barro, acessos totalmente indisponíveis. “Resido aqui desde 2020. Nunca tinha visto algo assim. O pessoal daqui diz que em 20 anos não viam algo assim. Foi muito rápido. Em pouco tempo entrou água na minha garagem, foi ao joelho. Foi uma sensação de terror. A água foi baixar só depois da meia noite”, contou a moradora da comunidade de Vila Marchesini, Paloma Boteon.
As dez pontes danificadas que inicialmente foram identificadas pela Defesa Civil Municipal são de extrema importância para a passagem dos moradores, turistas e escoamento de produção. “Tínhamos pontes feitas a menos de um ano, extremamente fortes. Para terem sido levadas, o fluxo de água foi muito alto. Agora vamos realizar todo o levantamento devido a situação de emergência e dar toda a assistência necessária aos moradores. A Secretaria de Obras também está de prontidão realizando as manutenções possíveis. Estamos buscando formas de amenizar esta situação e resolver o quanto antes”, frisou o prefeito de Timbé do Sul, Roberto Biava.
A Secretaria Municipal de Educação e Esporte informa que o transporte escolar foi suspenso nesta quinta-feira (23), retornando na sexta-feira (24).
A Serra da Rocinha também foi atingida. Vários deslizamentos foram registrados. Dentre eles, um carro com uma família ficou entre dois deslizamentos. Segundo a SETEP, serão necessários dois dias para que seja realizada a limpeza e manutenção da via. Com isso, nestes dias não estarão previstos os comboios.
Pede-se atenção nos próximos dias, pois ainda há previsão de chuva forte no Sul de Santa Catarina.
Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Timbé do Sul