Excelente qualidade, frio e pandemia jogam preço do mel para o alto

O mel produzido em Santa Catarina é considerado excelente. No ano passado, empresa de Araranguá recebeu, pela quinta vez, o título de melhor mel do mundo durante o 46º Congresso da Associação Internacional das Federações de Apicultores (Apimondia), realizado no Canadá.
O mel catarinense já havia recebido premiações na Austrália (2007), Ucrânia (2013), Coreia do Sul (2015) e Turquia (2017). A empresa araranguaense tem o maior projeto de produção de mel orgânico do mundo e se destaca também como maior exportador nacional do produto.
Santa Catarina é o quarto maior produtor de mel do país e conta com quase dez mil apicultores. A safra média é de 5,5 mil toneladas em 315 mil colmeias. Atualmente 42% do mel produzido no Estado é considerado orgânico.
Além da qualidade, o mel produzido em Santa Catarina também impressiona pela variedade. As abelhas produzem mais de 100 tipos de méis com cor, aroma, sabor e consistência diferentes. Entre os tipos de mel produzidos no Estado, o silvestre responde pela maior parte. Ele é multifloral, ou seja, é feito pelas abelhas a partir do néctar coletado em uma grande variedade de plantas. Considerado de excelente qualidade, seu sabor, aroma e consistência variam de acordo com as floradas predominantes na época em que é produzido. A coloração mais escura indica maior concentração de sais minerais.
O extensionista do escritório da Epagri de Balneário Gaivota, Natan Porto, nos conta que nessa época, os produtores fazem a migração das abelhas para a Serra, nas regiões de Urupema e São Joaquim, para aproveitar a florada das árvores típicas daquela região, com a mudança do clima. “Muitas abelhas aqui da nossa região são responsáveis pela polinização da maçã lá fora”, diz.
No início do ano, as abelhas retornam para a nossa região, para aproveitar a florada do eucalipto. “Nesse ano, a partir de fevereiro, já havia mel de eucalipto, está terminando agora”, relata o extensionista.
Os apicultores da comunidade de Rua Nova, Jovets Peres da Silva e sua esposa Marileia Corrêa da Silva, por possuírem certificação de “Mel Orgânico”, estão fazendo a migração das suas colmeias para a florada silvestre da serra, não para as macieiras. “Na colheita de ontem (01), tive a companhia do meu neto, Armin Alexandre da Silva Alves, que veio ajudar os avós e ocupar o tempo nessa pandemia”, conta Marileia.
“Foi uma safra muito, muito boa, o clima seco favoreceu a produção, pois não teve chuva na florada, garantindo um clima ideal para a produção. Além da safra, o preço começou a aumentar, devido à crise do Covid-19, que aumentou o preço do dólar e implicou em um bom aumento do mel que é, quase todo exportado para os países europeus”, explica.
Em relação ao ano passado, em que o mel do eucalipto era comercializado até a R$5,50 o quilo para exportação e esse ano, segundo Natan, chegou aos R$8,50. Já o mel silvestre, chegou a R$7,00 no ano passado e nesse ano foi a R$9,00.

Inverno

O mel, por tradição, é mais utilizado no inverno, por ser um poderoso aliado. Nessa época de temperaturas mais baixas o nosso sistema imunológico fica fragilizado. Nesse período também perdemos o apetite por verduras e frutas, isso porque o corpo pede por alimentos mais calóricos e pesados. Por todas essas razões é importante se proteger. Não só o mel como também outros produtos feitos pelas abelhas podem auxiliar no fortalecimento do sistema imunológico no inverno.