As Polícias Civil e Militar encerraram na tarde deste domingo, dia 16, uma corrida clandestina de cachorros da raça galgo, que estava sendo realizada no bairro Aeroporto, em Araranguá. A ação foi acompanhada com exclusividade pelo Portal Agora.
Proibida na Argentina e Uruguai, e desde fevereiro deste ano no Rio Grande do Sul, por meio de um decreto do governador Eduardo Leite, após reportagem da RBS TV no dia 17 de janeiro, que exibiu flagrantes cães em situação de maus-tratos e abandono em canchas de cidades da Região da Fronteira, os criadores da raça podem estar migrando para Santa Catarina, onde não há uma legislação proibindo a prática.
Nas pistas, os cachorros correm atrás de um pano que imita as feições de uma lebre, puxado por um cabo. Imaginando perseguir a presa, o galgo corre desesperadamente até a linha de chegada. São dados remédios (anabolizantes) e estimulantes (cafeína e energéticos) para esses cães competirem e aumentar a performance, e eles, que costumam ser dóceis, passam a se comportar de forma violenta; por trás dessa aparente diversão, há maus-tratos aos animais.
Em Araranguá, após uma denúncia, por volta das 16h30min de ontem (16), uma força-tarefa entre as Polícias Civil e Militar, com apoio da veterinária da Fundação do Meio Ambiente (FAMA) de Araranguá, a pista clandestina foi descoberta entre a Favela do UCCA e o campus do IFSC (apenas pontos de referências).
Na chegada dos policiais militares, alguns praticantes conseguiram fugir. No local foram abordadas várias pessoas – a maioria do Rio Grande do Sul – e quatro galgos encontrados.
Durante as buscas, os policias civis apreenderam medicamentos, que conforme a veterinária, Marina Pereira de Souza, tratam-se de um frasco de Retardoesteróide; um frasco de Mercepton (um antitóxico usado para proteger o fígado do animal devido aos efeitos dos anabolizantes); um gel massageador usado na aplicação dos cães, antes e depois da corrida; uma seringa; uma agulha; e um frasco com comprimidos não identificados. Ainda segundo a veterinária, nenhum dos proprietários dos cães apresentou carteirinha de vacinação dos animais.
Também foram apreendidos cronômetros, focinheiras e os boxes de partida das corridas.
A ação contou com a presença do delegado Regional Diego de Haro que esclareceu que foi configurada a corrida clandestina, e que os animais não tinham água nem ração. “Não está autorizado este tipo de evento, pois precisa da autorização do poder público. Os animais que estavam correndo foram avaliados pela veterinária, que constatou no local dos fatos que os Galgos estavam sem água e sem comida”, ponderou o delegado Regional.
Os cães e seus proprietários foram encaminhados à Central de Plantão Policial de Araranguá. Após avaliação da veterinária, foi constatado que houve maus-tratos aos animais. Cinco homens conduzidos foram autuados em flagrante pelo delegado plantonista por maus tratos – crime inafiançável na fase policial não cabe fiança. Eles permanecerão presos aguardando decisão judicial.
Os cães foram apreendidos encaminhados a um canil.
Pena mais dura para maus-tratos
Em setembro do ano passado, o Presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 1.095/2019, que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A prática de abuso e maus-tratos a animais passou a ser punida com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda.
Fonte: Portal Agora