O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Gilberto Seleme, defendeu publicamente a modernização urgente do Mercosul diante das recentes decisões isoladas de seus integrantes. O ingresso do Uruguai na Parceria Transpacífica e o acordo tarifário entre Argentina e Estados Unidos evidenciam, segundo Seleme, um modelo engessado que já não responde à realidade do comércio global.
O dirigente industrial citou o caso argentino — que incluiu 350 produtos em isenção tarifária com os EUA sem contemplar os vizinhos — e a aliança do Uruguai com economias asiáticas como provas de que a lógica original do bloco está sendo rompida na prática.
Importância econômica e o entrave do consenso
Seleme reconhece a relevância histórica do bloco criado em 1991, lembrando que em 2024 o Brasil exportou mais de US$ 20 bilhões aos parceiros e Santa Catarina, US$ 1,4 bilhão. No entanto, ele aponta que a rigidez da Tarifa Externa Comum (TEC) e o modelo de decisões por consenso tornaram-se travam o desenvolvimento, citando a demora de 20 anos no acordo com a União Europeia.
“Flexibilizar o Mercosul não significa enfraquecê-lo, e sim modernizá-lo. Permitir que os países firmem acordos bilaterais, válidos apenas para seus signatários, manteria o espírito da integração e, ao mesmo tempo, destravaria oportunidades urgentes”, argumentou Seleme.
Para o presidente da FIESC, a adaptação é vital para a competitividade. “O mundo avança com blocos mais flexíveis, abertos ao dinamismo dos fluxos globais. Santa Catarina e o Brasil não podem continuar presos a um modelo que, ao invés de impulsionar, freia o desenvolvimento e é incompatível com a velocidade e a competitividade exigidas no comércio internacional”, concluiu.












